terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sri Damodarastakam

Todas as glórias a Srila Prabhupada!!

E a partir 26 de Outubro de 2007, inicia-se o mês do Senhor Damodara, Damodara Masa, o último mês de Caturmasya.

"Ao longo deste mês, os devotos comemoram o passatempo do travesso Senhor Krishna sendo amarrado com cordas por mãe Yashoda. Os devotos visitam os templos diariamente e oferecem pequenas lâmpadas de ghi cantando mantras devocionais e orando pelas bênçãos do pequeno Damodara."

O Senhor Sri Krsna é chamado de Damodara porque teve Seu abdomen amarrado por mãe Yashoda, após fazer traquinagens. Foi assim:

Mãe Yashoda estava batendo leite para fazer manteiga, e o pequeno Krsna apareceu, com "fome", querendo mamar. Mãe Yashoda interrompeu, então, a batedura, colocou seu amado filho em seu colo, e começou a dar de mamar. No entanto, pouco tempo depois, ela lembrou-se de que havia deixado o leite no fogo. Colocou então seu pequeno menino no chão, e correu para a cozinha. Como não estava ainda plenamente satisfeito de aleito materno, o pequeno Krsna ficou furioso, e, para "descontar", quebrou o pote onde sua mãe estava batendo a manteiga. Achando pouco, Ele procurou outra coisa para aprontar, e empilhou um pilão e outros objetos até alcançar potes de manteiga (mantidos pendurados no teto para evitar que os macacos a roubassem), e deu, Ele mesmo, com Suas próprias mãos, delicadas e pequeninas, essa manteiga aos macacos, que fizeram a festa, derrubando manteiga e potes por todos os lados!


Imaginem a feição de Mãe Yashoda ao encontrar o grande pote de manteiga quebrado e todo seu trabalho desfeito! Presumindo que seu pequeno travesso ainda estava aprontando, ela pegou de uma pequena vara, usada pelos vaqueiros para tanger os bois, e saiu a espreitá-lO. Ah! Ao sentir a proximidade de Sua divina Mãe, o menino Krsna deu um pinote do pilão, e correu em disparada, tomado pelo susto. Mãe Yashoda tomou a mesma velocidade e desatou a perserguir seu filho Krsna, dando início a uma cena peculiar, saboreada pelos habitantes de Vrndavana, que se divertiam ao ver a linda mãe, cujos manto, flores e cabelos se despreendiam na correria, tentando segurar aquele menino danado, para que Ele não se machucasse fazendo outras travessuras como aquela.

Ainda demonstrando muito temor pelo que poderia acontecer, com aquela "varinha em Seu calcanhar", mas vendo Sua mãe cansada, a criança divina deixou-Se ser pego pelas costas. Segunda Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura, em seu comentário sobre o Sri Damodarastakam, só dessa forma podemos alcançar o Suprema Personalidade de Deus: se Ele mesmo decidir Se entregar, e deixar-Se alcançar pelo nosso esforço devocional.


Mãe Yashoda pensou então o que fazer com aquele menino inquieto, pois ela precisava recomeçar seu trabalho de bater manteiga e concluir outros afazeres domésticos. Como garantir que Ele não se machucaria até ela poder dar-Lhe atenção novamente? Ela buscou então rapidamente uma corda dentro de casa e pensou em amarrá-lO a um graaaande e pesado pilão, que, para qualquer criança normal, garantiria sua imobilidade e segurança (como as mães que "amarram" seus filhos ao pé da mesa enquanto realizam os trabalhos domésticos). Enrolou a corda pelo pilão e pela cintura de Deus, mas na hora de dar o nó... as pontas das cordas não se juntavam! Obviamente, foi buscar mais corda e emendou uma na outra, dando novamente a volta em torno de ambos, e... insuficiente para o nó! Mãe Yashoda começou a ficar confusa. Como isso está acontecendo? Ela presenciava atônita a situação, enrolava mais cordas, tentava dar nós, mas não era possível!

Em sua frente, Aquela pequena criança, paralisada, aguardando o castigo "merecido" por suas traquinagens, observava Sua Mãe. Dela, ele via verter o amor, com o qual ela tentava protejê-lO. E esse amor foi capaz de prendê-lO completamente, inclusive atando repentinamente os nós em volta de Sua barriga, dentro da qual, por duas vezes, Mãe Yashoda havia visto toda a existência material e espiritual, com todos seus universos e entidades vivas, vendo inclusive a si própria com o seu pequeno Damodara nos braços. E isso deixou nossa jovem Mãe mais aturdida ainda: como, com as mesmas cordas, o que não era possível agora já era? Sem ter explicações, e não querendo mais pensar nisso, Mãe Yashoda apressou-se a adiantar o serviço pendente, com seu Damodara agora em "segurança".

Mas não pensem que a história termina aí!! Qual pilão segura esse Menino Deus do corpo azul-dourado? Menino inquieto e experto, lembrou-se das duas árvores Arjunas em seu quintal.

“A Suprema Personalidade de Deus, Sri Krsna, para cumprir a veracidade das palavras de um devoto excepcionalmente proeminente, Narada, lentamente foi para o ponto onde as árvores-gêmeas estavam posicionadas.” (Srimad-Bhagavatam 10.10.24)

Narada Muni havia amaldiçoado Nakulava e Manigriva a nascerem como árvores por causa de sua arrogância. Eles nasceram então como duas árvores Arjuna, de mesma raiz. Mas, como Narada Muni queria apenas corrigí-los, abençou-os a receberem do próprio Krsna krsna-prema-bhakti, amor puro por Deus, ao nascerem no quintal de Nanda Maharaj, pai de Damodara, nosso pequeno travesso.


Agora as árvores gêmeas estavam vivendo no pátio de Nanda Maharaj, e Krsna lembrou-se: "Eu devo satisfazer o desejo de Meu devoto."
Como se levasse uma leve folha, arrastou o pesado pilão atrás de Si, passando entre as duas árvores Arjunas, e derrubando-as com um gigantesco estrondo. Dos enormes troncos estendidos no solo manisfetaram-se as formas resplandecentes dos dois habitantes celestiais, Nakula e Manigriva, que receberam, pela misericórdia do Senhor Damodara e de seu devoto, a benção de prema-bhakti (apenas por serem derrubadas por Seu pilão!).
E foi assim.


Acabei contando mais do que planejava... Tudo isso para lembrar-lhes do auspicioso mês do Senhor Damodara! O primeiro dia é dia 26/10 e o último 24/11.

Procure o Templo de sua cidade para saber da programação.

sua serva,
bhaktin áurea

domingo, 28 de outubro de 2007

CINEMA QUE PENSA - Apontamentos dos debates

Durante três ou quatro dias este evento do clã Rocha (agora totalmente bancado pelo governo) encabeçado pelo Erik reuniu filmes e figuras em mesas com a presença do ator/diretor de pele escura Zozimo Bubul e o cara-de-fuinha Orlando Senna (secretário do Gil no Ministério).

Foram muitas emoções e algumas discussões que se tornaram bla-bla-bla (como é tendência em qualquer debate de pseuo-comuna-intelectuais). Fala-se muito bonito mas acaba afastando-se do objetivo real (eu acho um saco ter que ouvir o Barretão falar como um antigo guerrilheiro comunista. Vai enganar otário, homem da máfia)

Alguns jovens querendo dar uma de Che - ou Glauber - também foram ao microfone cuspir seus verbos. Alguns aplausos e 'o próximo. tchau!'.

Foi agradável ver ao menos que o Erik tem boa vontade e quer ser um pouquinho como o pai mas infelizmente foi mal educado na condição pomposa em que naceu e tem mais imagem do que verborragia.
Depois dessa introdução casca-grossa colocarei aqui meus apontamentos dos debates que estive.


DIA 1:

ontem as maquinas eram escravas
o homem hoje torna-se escravo
do progresso tecnológico
violenta e técnica

a arte não é a lua
mas a maneira como se
aponta para ela

as discussões filosofo-
politico-
cultural
e a prática audiovisual
devem ir também pro subúrbio

Cinema
Língüa
Portuguêsa

Deixar de só sê-lo
e ser atitude

O que é a arte?


DIA 2:

Leão de Sete Cabeças
Idra
Cortar as cabeças das feras

a síntese da imagem fílmica
é feita pela inteligência e
sensibilidade do espectador (sujeito)

Algo sempre em obra em um filme:
a Verdade.

...

Walter Benjamin
A Obra de Arte ante sua Reprodutibilidade (Estética?)
Estética - Teoria das Sensações

Kant - Estética Moderna (texto: ... Julgar)

O Cinema é a arte que representa
a vida do homem urbano

"A corrente impetuosa é violenta" Brecht (teatro)

" O Cinema tem que chegar pra população"

A violencia está atrelada a lógica da economia
a impossibilidade da produção criativa popular
pela ditadura do Estado e da mídia de massa repressores

...

imagem-corpo-medicina-reprodução
imagem do movimento do corpo: Esporte

No 1º cinema se pagava para ver
um casal de beijando, um espirro

o estatuto da imagem é antropo-mórfico
e procura identificações

Corpo como parâmetro
Cronenberg, D.


Dia 3:

Cinema Revolucionário/Comercial:

"Ouvir o que o bosque diz. Não simplesmente passar por ele" Brecht

Subjetividade - a deixa para a escolha subjetiva do espectador

W.B.-"Apenas o incompleto pode ser pensado. O completo é para ser consumido"

Realidade dada - narrativa fechada

A imagem (onírico) é pré-verbal. O pensamento é verbal.

A obra deve corresponder aos delírios do autor para ser obra de arte.

ZOZIMO - Centro Afro-carioca

LIVRO - Rosselini=Homem Arte Escravo.


CINEMA QUE PENSA
Odeon BR - Set07.
by edp
finis.

Juliette Binoche posa para revista masculina

Da Redação www.cineclick.com.br


Aos 43 anos, a atriz Juliette Binoche (Paris, Te Amo) posou para a edição francesa da revista Playboy de novembro. Segundo a atriz, ela foi convencida a posar diante da nova proposta da publicação, em "dar alma ao ensaio".

"Temos a tendência de separar o corpo do espírito, o corpo das emoções", disse a atriz, vencedora do Oscar em 1997, por O Paciente Inglês. "Reivindicar este tipo de corpo nas páginas da revista é um ato militante, de certa forma."

Juliette Binoche está em meio das filmagens do longa Certified Copy, o primeiro em inglês do diretor iraniano Abbas Kiarostami. A trama mostra a história de amor entre um escritor inglês e uma francesa, que viajam de Paris para a região da Toscana, na Itália.

(27/10/2007 - 09h35)


Mais sobre a musa:

www.cinemacomrapadura.com.br

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Un Chaplin inédito

Una filmación muestra sus imitaciones de Greta Garbo o Napoleón. 'All at sea' (1933), realizada por Alistair Campbell, fue estrenada en las Jornadas de Cine Mudo de Pordenone el pasado 10 de octubre

Chaplin inedito


El País.

MOSTRA DE CINEMA SOVIÉTICO NA UFF



Galeria de Artes do ICHF (Campus do Gragoatá, Bloco O, térreo). A entrada é franca.

Dia 24/10, 13 e 19h

TEMPESTADE SOBRE A ÁSIA (1928), de Vsevolod Pudovkin



Dia 31/10, 13 e 19h

TERRA (1930), de Alexander Dovzhenko



Dia 07/11, 13h

OUTUBRO (1928), de Sergei Eisenstein



Dia 07/11, 20h

RÉQUIEM A LENIN (1934), de Dziga Vertov



Dia 14/11, 13 e 19h

A GREVE (1924), de Sergei Eisenstein



Dia 21/11, 13 e 19h

O ENCOURAÇADO POTEMKIN (1925), de Sergei Eisenstein



Dia 28/11, 13 e 19h

TRAIÇÃO NA CAMPINA (1935-37), de Sergei Eisenstein

Debate após o filme.


Mais informações na página www.galeriadeartesdoichf.blogspot.com ou pelo e-mail galeriadeartes@vm.uff.br .

Chávez cria Hollywood bolivariana para promover revolução




Primeiro filme rodado no pólo cinematográfico criado pelo presidente
venezuelano narra saga de herói da independência

"Miranda Regressa" teve orçamento de US$ 2,3 mi e première de gala;
outros 19 projetos estão em produção ou acabam de ser concluídos

Howard Yanes-11.out.2007/Associated Press
A première de "Miranda Regressa", que teve Chávez e o equatoriano
Rafael Correa na platéia


FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS FSP

O slogan da Fundação Villa del Cine anuncia sem pudores: "Luzes, câmera,
revolução". Criado pelo presidente Hugo Chávez para combater "a ditadura
de Hollywood", o estúdio de cinema estatal venezuelano enfrenta neste
fim de semana a sua primeira grande batalha, com a estréia da
superprodução "Miranda Regressa".
O ambicioso longa sobre a vida do herói da independência Francisco de
Miranda (1750-1816) é a primeira das 19 produções recém-concluídas ou em
andamento da Villa del Cine a estrear em circuito comercial. Com 140
minutos de duração e orçamento de US$ 2,32 milhões, o filme foi rodado
na Venezuela, em Cuba e na República Tcheca e conta com uma pequena
participação do astro norte-americano Danny Glover, um fã declarado de
Chávez.
A maior parte parte das filmagens foi realizada na própria sede da
fundação, que mantém um complexo com dois estúdios na cidade de
Guarenas, na Grande Caracas. Trabalham ali cerca de 1.500 pessoas, quase
todas de cooperativas vizinhas, responsáveis por áreas como figurino e
carpintaria.
"A Villa preenche um espaço que ninguém ocupava", disse à Folha o
diretor de "Miranda Regressa", Luis Alberto Lamata, considerado um dos
mais importantes do país. "O cinema venezuelano tem sido feito por nós,
cineastas, em alguns casos com o apoio de outras instituições do Estado
ou com o dinheiro que se conseguir. A Villa possibilita que se faça um
trabalho por encargo."
Mesmo antes de sua estréia nas telas, a Villa, inaugurada no ano
passado, tem atraído várias personalidades interessadas na experiência
chavista. Já visitaram os estúdios os atores hollywoodianos Kevin Spacey
e Sean Penn, além de Glover, que planeja desenvolver ali um
controvertido projeto de US$ 18 milhões -prometidos a ele por Chávez-
para filmar a história da independência haitiana.
Para a première, o local escolhido foi o Teatro da Academia Militar.
Diante de uma platéia que misturava atrizes com decotes ousados, dezenas
de cadetes uniformizados, jornalistas, entre os quais a reportagem da
Folha, e o colega equatoriano, Rafael Correa, Chávez defendeu o cinema
estatal.
"Não há revolução sem cultura se não retomamos nossos valores, se não
dizemos basta aos antivalores, ao veneno imperial. Começamos a resgatar
esses valores, usando a mina interminável de nossa história", discursou
antes da projeção, na quinta-feira à noite.
Levando em conta a pouca tradição cinematográfica venezuelana, a
qualidade técnica do filme surpreende. Mas a trama é desconexa e se
resume a mostrar, de forma laudatória, vários episódios da rica
trajetória de Miranda -ele também lutou na Revolução Francesa e na
independência americana.
"É uma cátedra de história com pouquíssima paixão, um olhar de longe e
de baixo. Miranda está no pedestal", diz Robert Gómez, editor de cultura
do jornal "El Universal". Ele aposta que o filme não cativará o público
venezuelano.
Além de "Miranda Regressa", a Villa deve terminar nos próximos meses
pelo menos outros seis longas, entre os quais "Bambi C-4", sobre o
terrorista cubano Luis Posada Carriles, que vive em liberdade nos EUA
apesar do pedido venezuelano de extradição.
Para que a empreitada nas telas tenha êxito, o governo Chávez criou
ainda a empresa distribuidora Amazonia Films e está construindo uma rede
de cinemas estatais em regiões do país onde não existem salas.

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Informe ABC

conheça nossa webpage www.abcine.org.br

PAULO AUTRAN - O maior de todos



Quem vai ocupar o espaço deixado por Paulo Autran? Não se trata de substituir o título de maior ator brasileiro, já que há inegavelmente no Brasil grandes atores de várias gerações que podem chegar no nível de excelência de Autran. O complicado - para não dizer impossível - será exercer o ofício de atuar com a mesma singularidade com que fez Paulo Autran. Porque quando se perde um artista como ele o que fica vago é uma maneira de encarar a profissão de ator, um jeito único de direcionar uma trajetória.

Paulo Autran era nosso Laurence Olivier, como disse João Falcão no dia de sua morte. Ou como contestou nossa especialista em teatro, Soraya Belusi, Olivier era o Autran dos ingleses. O fato é que ele era o maior de todos, desde há muito, mas nunca se acomodou ou mesmo aceitou o rótulo. Na última entrevista que fiz com ele - foram várias ao longo da minha carreira, graças a Deus - me disse que nunca se sentiu um "monstro sagrado". Era simplesmente um ator apaixonado pelo que fazia e só se sentia especial porque todos lhe tratavam com muito carinho.

Era esse amor à arte de atuar que o fazia rejeitar o título do maior ator brasileiro. Se o aceitasse, não teria tido a liberdade de escolher montar um autor estreante, como fez com Mário Viana ("Vestir o Pai") e Dib Carneiro ("Adivinhe quem Vem para Rezar"); ou contracenar com atores desconhecidos ou em início de carreira, como é caso de Cláudio Fontana e Cássio Scapin; ou ainda ser dirigido por encenadores com metade de sua experiência, como aconteceu com Paulo de Moraes e Eduardo Tolentino.

Ator, diretor e produtor, Paulo Autran tinha no teatro a sua casa. Foi nos palcos que apresentou sua capacidade de se transformar. Tanto fazia se em clássicos, como Shakespeare e Ibsen, e grandes dramaturgos, como João Cabral de Mello Neto, Tennessee Williams e Pirandello, como em peças de autores iniciantes, Autran estava sempre em busca de um bom texto.

Mas se o teatro tinha a primazia em sua carreira, o cinema e a TV tiveram o privilégio de ter Paulo Autran em poucas, mas primorosas aparições. Não é possível conceber "Terra em Transe" sem ele. E mais recentemente, "A Máquina" não teria o mesmo charme se não fosse Autran a conduzir a história. Na TV, em sua primeira participação em novelas, mostrou que estava ali para se divertir ao protagonizar a mais clássica das cenas: a briga com tortas, geléias e chantilly, com Fernanda Montenegro, em "Guerra dos Sexos".

Paulo Autran viveu 85 anos com muita intensidade. Na última vez que o encontrei, nos bastidores da peça "Adivinhe quem Vem para Rezar", há dois anos, me pareceu frágil, bem diferente do homem bem disposto e vigoroso que entrevistei pela primeira vez 14 anos antes. "A pessoa pensa ter mais energia do que na verdade tem", disse, ao revelar que estava tentando diminuir os compromissos. Não dei importância às palavras e à fragilidade de Autran, já que, ao subir ao palco para interpretar três diferentes personagens, lá estava ele cheio de energia e talento. Depois daquilo, montou "O Avarento" e participou das filmagens de "O Passado", filme ainda inédito de Hector Babenco.

Achei que ele fosse viver para sempre.


SILVANA MASCAGNA escreve no Magazine às quartas-feiras. mascagna@otempo.com.br
O Tempo
Publicado em: 16/10/2007

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Paulo Autran morreu por causa do cigarro, diz viúva
Ator morreu nesta sexta (12/10/07), aos 85 anos, em São Paulo.

O ator Paulo Autran, que morreu nesta sexta-feira aos 85 anos, era usado como exemplo de que era possível uma pessoa fumar e viver muitos anos. Mas, segundo sua viúva, a atriz Karin Rodrigues, o marido "queria que todos soubessem que ele morreu por causa do cigarro".

Paulo Autran morreu por causa do cigarro

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BLOG DO ZANIN
12.10.07


Paulo Autran
por Luiz Zanin, Seção: Personagens s 20:13:43.

Quando morre o maior ator do país, o que dizer? Apenas isso: vejam-no em seu
grande papel no cinema, o político Porfírio Diaz, em Terra em Transe,
obra-prima de Glauber Rocha. Há um momento sublime (e terrível, porque as
coisas vêm juntas) quando Autran se dirige à câmera (quer dizer, ao
espectador) e brada:

"Aprenderão! Aprenderão!
Dominarei essa terra!
Botarei as nossas históricas tradições em ordem!
Pela força!
Pelo amor da força!
Pela harmonia universal dos infernos,
Chegaremos a uma civilização!"


Esse foi o ápice, mas Paulo Autran contabiliza 21 papéis no cinema. Os
últimos - o avô do protagonista de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias,
de Cao Hambúrguer, e um intelectual francês em O Passado, de Hector Babenco,
ainda inédito.

Isso sem falar na TV e no teatro, onde fez de Molière a Shakespeare, sem
deixar de encenar os autores novos, como nosso amigo Dib Carneiro Neto, de
quem protagonizou a peça Adivinhe quem Vem para Jantar.

Paulo Autran foi completo. Complexo. Grande. Só podemos ser gratos por uma
vida assim.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Faith No Man e Peeping Tom Demo

Disponibilizo um album demo do Peeping Tom e duas musicas do Faith No Man.
PT é o projeto de musica negra americana do Mike Patton. Ele gravou as demos e mandou para uma galera (p.ex. Massive Atack) que mandou de volta sua participação nas faixas, e agora o cara toca por aí comuma banda.

Faith No Man é o embrião do Faith No More. Banda de funk-metal (os avós do new-metal) do inicio dos anos 90 da qual o Pato aí em cima foi o vocalista a partir do disco The Real Thing (estouradaço no inicio da MTV-BR em 1990).



faith no man - FNMan.zip



Peeping TOm Demo - PeepT_Demo.zip

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

UAM

Estou produzindo total e independentemente o curta digital "Um Aspecto Matrimonial". Falta só eu conseguir um adaptador para fita VHS-C pra importar depoimento sobre casamento e finalizar a bagaça. Eis duas sequências:

Intro + female orgasm

SEQvestido




Leibovitz's most famous portrait. Hours after this photo was taken, John Lennon was murderd outside of his apartment building in New York City.


Annie Leibovitz: Portraits

JOHN WINSTON LENNON





IMAGINE
John Lennon

Imagine não haver paraíso,
É fácil se você tentar.
Nenhum inferno abaixo de nós,
Sobre nós apenas o firmamento.
Imagine todas as pessoas
Vivendo pelo hoje...

Imagine não haver países,
Não é difícil de fazer.
Nada porque matar ou morrer,
Nenhuma religião também.
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Você talvez diga que sou um sonhador,
Mas eu não sou o único.
Eu espero que algum dia você junte-se a nós,
E o mundo viverá como um único.

Imagine não haver propriedade,
Eu me pergunto se você consegue.
Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo.

Você talvez diga que sou um sonhador,
Mas eu não sou o único.
Eu espero que algum dia você junte-se a nós,
E o mundo viverá como um único.


...

Presentes do passado para todo o sempre:



A Toot And A Snore in '74 - John Lennon & Paul McCartney

Disco gravado em 1974 no 'Lost Weekend' do John quando ele tirou umas férias da Yoko. Participação chapada do velho maca, Stevie Wonder etc - RARIDADE(?)


John Lennon in the studio, playing the drums. April, 1967


John Lennon - Give Peace a Chance Live in Toronto 1969


Imagine - John Lennon


John Lennon stand by me


Working Class Hero - John Lennon


parabensprojonh.jpg


...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Foi salvar o mundo e perdeu o celular

Semana passada fui dar um passeio na praia e cantar uma japa (colar de contas hindu). Vendo muita sujeira ali pedi uma sacola para os garis trabalhando e comecei a catar
todo tipo de plástico: tampas de garrafas, canudos, sacolas, embalagens, uma SERINGA etc
Fiquei pensando como o carioca em geral é quem mais suja o próprio chão onde pisa; e depois ainda coloca a culpa na Prefeitura (incapaz mesmo) pelo bueiro entupido. Neste caso, pelas praias sujas.
Essa mentalidade imediatista prova que a própria raça humana é que vai se destruir. Se está programado para o Universo ser imanifesto daqui há 460 mil anos, a sociedade humana vai antecipar o seu fim por ser sumbetido a delegar sua responsabilidade com o meio-ambiente a terceiros que não estão nem aí nem pra si. Não pensam na pessoa ao lado e nem nas gerações vindouras.

Peço ao leitor que suje menos a cidade. Que coloque o lixo consumido na rua em seu bolso, em lixeira ou numa sacola (coisa simples de arranjar em qqr camelô ou mercadinho). Se o sol pede que consuma algo na praia, no asfalto ou aonde for guarde o lixo, não o jogue aonde quer que seja. Do contrário vc não pode reclamar quando a chuva vem e perdes teus móveis, tua casa, ou se cortar o pé num vidro no chão onde pisas.
Não é precis muito. Se pararmos de sujar tanto o planeta com tanto lixo de todo tipo nossa vida vai melhorar e quem sabe se tornar menos violenta.

Tudo isso pra dizer que neste dia, após eu encher um saco de mercado de lixo da praia fui lavar as mãos na água do mar. Bobeei e meu chinelo a onda levou. Eu não deixaria aquele pedaço de petroleo ali depois de ter catado varios do tipo. Quando outra onda trouxe o chinelo mais pra perto eu pulei na agua e resgatei o chinelo-pedaço-de-petroleo mas deixei molhar o celular-pedaço-de-petroleo que estava no meu bolso. Resultado: perdi o aparelho e então aproveitei e troquei de operadora também.

Meu número agora é 9296-1567
O antigo da OI (8732-3972) vou deixar ligado ainda por um tempo, até poder salvar os ultimos contatos.



Paz e vida eterna a John Lennon (9/10/1940, 8/12/1980)!!!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A vida do anarquista Lucio Urtubia é transformada em filme

["Lucio". Trata-se de um documentário espanhol sobre a vida do lutador antifranquista, anarquista, contrabandista, falsificador e assaltante Lucio Urtubia]

O filme é dirigido pelos guipuzcoanos Jose Mari Goenaga e Aitor Arregi, e produzido por Moriarti Produkzioak e Irusoin.

A fita, de 93 minutos de duração, estreou no dia 23 de setembro na seção Especial Zabaltegi, do Festival de Cine de San Sebastián, em Donostia, com a presença dos dois diretores, o produtor e o próprio Lucio, onde cada um deles apresentou e comentou o filme.

Experto em falsificar documentos e imprimir propaganda anarcosindicalista, Lucio Urtubia esteve em busca e captura em cinco ocasiões por Tribunais Internacionais, inclussive a CIA (Agência Central de Inteligência). A imprensa rotulava-o como o "bandido bom", ou o "Zorro Basco". Um dos episódios recriados no filme, que também incluem entrevistas e imagens da época, conta o maior golpe de Lucio, acontecido na década dos anos 70. Ele conseguiu enganar o principal banco dos Estados Unidos, o First National Bank (hoje Citibank), falsificando cheques de viaje do Citybank, cerca de 20 milhões de Euros na época, causando assim uma das piores crises do banco, e financiando movimentos libertários de meio mundo.

No filme ainda se recordam os apoios que Lucio concedeu a Quico Sabaté, um dos máximos expoentes da guerrilha urbana na Catalunha; a Eldridge Cleaver, o líder dos Panteras Negras, e vários grupos revolucionários da época. Também se traz à memória os encontros que manteve com André Breton, Albert Camus e Ernesto Che Guevara.

Lucio nasceu em Cascante em 1931, e desde 1954 vive em Paris, na França, ativo, tocando um centro chamado Louise Michelle, em que se levam a cabo atividades culturais e solidárias.

O trailer do filme pode ser visto acessando esse bonito site: www.lucio.com.es



agência de notícias anarquistas-ana

Flauta,
cascata de pássaros
entornando cantos úmidos.

Yeda Prates Bernis

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Jane Birkin apela por monges de Myanmar



A atriz e cantora inglesa Jane Birkin deixou de lado a divulgação de Caixas, seu primeiro filme como diretora, por uma missão mais relevante: apoiar as manifestações pacifistas dos monges budistas de Myanmar. Junto a Birkin, à mesa da coletiva na segunda 1º, na Tenda de Copacabana, estavam o monge budista Acharya Lobsang Chogni, e as atrizes Bruna Lombardi e Christiana Torloni, simpatizantes com a causa. O diretor Carlos Alberto Riccelli e a atriz Claudia Alencar (foto), também estiveram presentes.
Com uma longa história de militância política e humanitária, Jane Birkin integra a Anistia Internacional, o que a levou a se aproximar de Aung San Su Kyi, líder pacifista de Myanmar e Prêmio Nobel da Paz de 1991. No início da entrevista, ela foi enfática ao reiterar o motivo de sua vinda: “Confesso que pensei em não vir, até porque tenho, para a próxima quarta-feira, dia três, uma reunião marcada com o arcebispo de Paris, onde haverá uma manifestação. Entretanto, depois de refletir um pouco mais, percebi que vindo eu não me limitaria a falar apenas de um assunto pequeno, como é o caso da participação de meu filme Caixas aqui, mas, sim, de um outro enorme e de extrema importância, que é o dos monges de Myanmar”, disse a atriz.
Logo que chegou para a coletiva, Birkin fez um apelo ao presidente Luis Inácio Lula da Silva: “O presidente Lula é extremamente carismático e prestigiado no exterior. Ele poderia fazer uso disto para, como líder político de uma imensidão de católicos, tentar uma aproximação junto ao Papa, visando, assim, uma intervenção pacífica em Myanmar. Está na hora de todos nos unirmos, independente do seguimento religioso de cada um”, afirmou.
O monge Acharya Lobsang Chogni leu uma mensagem de Tenzin Gyatso, o Dalai Lama do Tibete. Além de mensagens de apoio, no final da declaração, Gyatso mostrou-se preocupado com a atual conjuntura de Myanmar: “Rezo pelo sucesso deste pacífico movimento e, também, pela libertação rápida da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi”.
Bruna Lombardi destacou a relevância de uma personalidade mundialmente conhecida como Jane Birkin defender causas nobres como esta. “Ela é uma pessoa iluminada, do tipo que vem ao mundo para mudá-lo, mas para mudá-lo para melhor. Saiu de longe, veio até aqui para tratar de um lugar mais longe ainda, e tudo por razões humanitárias. Assim como ela, creio que estejamos todos conectados, por isto, tenho certeza de que a presença dela aqui irá apenas multiplicar os cuidados e a atenção pelos monges de Myanmar”, falou a atriz.
Para Christiana Torloni, a iniciativa do Festival do Rio em abrir espaço para esta manifestação é louvável: “O Festival está servindo como plataforma de lançamento de causas primordiais para todos nós. Digo isto porque, para os budistas, esta questão de Myanmar pode ser tida como uma missão; já para os não-budistas, ela pode servir como uma lição, um aprendizado sobre o lutar pela paz, pelo amor ao mundo em que vivemos, pelos nossos ideais. Mas a luta que eles pregam não faz uso armas, não intenta matar, apenas harmonizar, transformar para melhor”, ressaltou a atriz.
Antes de terminar a coletiva, Jane Birkin agradeceu o convite, a oportunidade de expor os seus pensamentos, e disse que lamenta não ter tido a chance de melhor conhecer a cidade, mas que voltará em janeiro, para uma turnê musical. “Se a realidade de Myanmar vai mudar com o que fazemos agora, eu não sei. Torço por isto. Contudo, no mínimo, estamos mudando a postura de muitos em relação à realidade em sua volta, e isto é gratificante”, destacou. Marcus Mesquita.

Foto: Fernando Pereira

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Cine ABI - Outubro 2007 ENTRADA FRANCA

Dia 01 de outubro - 2ª. feira às 18:30: NEM TUDO É VERDADE, de Rogério
Sganzerla, com a presença de Helena Ignez

Elenco: (ficcional) Arrigo Barnabé (Orson Welles), Helena Ignez
(Matilde), Grande Otelo (depoimentos), Nina de Pádua, Mariana de
Morais, Abrahão Farc; Mário Cravo; José Marinho, Vânia Magalhães,
Otávio Terceiro, Nonato Freire.

Elenco: (documental) Getúlio Vargas, Gustavo Capanema, Anselmo Duarte,
Carlos Drummond de Andrade, Francisco Alves, Haroldo Barbosa, Heitor
dos Prazeres, Bidê, Marçal, Grande Otelo, Jacaré, Oswald de Andrade,
Mesquitinha, Alex Viany, John Ford, Peri Ribeiro, Clementina de Jesus,
entre outros.

Sinopse:

Mistura de documentário e ficção sobre a visita que o cineasta
norte-americano, Orson Welles, fez ao Brasil em 1942 para rodar o
filme “It´s All True”. Boicotado pelo D.I.P - Departamento de Imprensa
e Propaganda do governo Getúlio Vargas, depois da morte de Jacaré,
jangadeiro que participava das filmagens, Welles, é demitido pela nova
direção da RKO Rádio Pictures, e volta aos EUA sem terminar o projeto.


Dia 08 de outubro - 2ª. Feira às 18:30 horas: A NECESSIDADE DA ARTE,
de Zelito Viana, com a presença do diretor.

O filme parte de um livro de Ferreira Gullar em que ele escreve textos sobre
obras de arte que ele particularmente aprecia. Estes textos são entremeados
com uma entrevista do Gullar comigo sobre a imperiosa necessidade do ser
humano de ARTE no sentido mais amplo posssível do termo.


Dia 15 de outubro - 2ª. feira às 18:30 horas: ROMANCE PROIBIDO de
Adhemar Gonzaga, com a presença de Alice Gonzaga, filha do diretor.
Uma produção da Cinédia
Intérpretes: Milton Marinho. Lúcia Larnur, Nilza Magrassi. Dercy
Gonçalves , Grande Otelo. Violeta Ferraz . Fada Santoro.
Típico exemplar do cinema brasileiro dos anos de guerra e do Estado Novo,
"Romance proibido", a exemplo de "Aves sem ninho" e "Caminhos do céu", é
filme nacionalista e austero, que exalta o valor dos seres humanos que
abdicam de suas aspirações pessoais em benefício do progresso da
coletividade, através do nobre exercício de uma profissão. Estreou no Rio de
Janeiro nos Cinemas Plaza, Astória, Olinda, Ritz e República, a 18 de
dezembro de 1944. O maior lançamento já obtido para filmes do cinema
brasileiro. Em São Paulo, no Cinema Metro, a 14 de dezembro de 1944.

Sinopse
Passando por dificuldades financeiras em sua fazenda, Cavalcanti vem ao Rio
de Janeiro buscar a filha Tamar, que estuda em um colégio interno. No
retorno ela reencontra Carlos, sua grande paixão e de quem está noiva há
tempos. Resolvem marcar o casamento para a volta de Carlos da capital
federal, embora haja quem duvide que o enlace se consume. O boêmio Carlos
viaja com o grande amigo e companheiro de farras Jararaca. Após acertarem as
dívidas com o banco, resolvem fazer uma incursão pela noite do Rio. Carlos
conhece e se apaixona por Gracia, uma coquete dama da sociedade, sem saber
que ela e Tamar são grandes amigas. Quando a verdade é revelada, Gracia
rompe o namoro e decide lecionar no interior do país, juntando-se ao esforço
educacional e civilizatório do governo, sem imaginar que o destino ainda
testaria seus sentimentos e sua determinação.
Romance Proibido foi dirigido por Adhemar Gonzaga em meio ao contexto da
Segunda Guerra Mundial, o que significou uma produção arrastada - começou em
1939 -, complicada do ponto de vista técnico - faltava filme virgem,
reagentes, etc. - e com reflexos na parte artística. Era uma refilmagem
disfarçada de Barro Humano e do inacabado Saudade, com a história deslocada
para o contexto do Estado Novo. Em vez do final feliz original, a
protagonista agora ficava sozinha e decidia levar a educação para as
comunidades do interior, em missão patriótica tão ao gosto do momento. O
nacionalismo gonzagueano flertava com o autoritarismo varguista em sua face
de renovação espiritual e social do homem brasileiro, com direito à presença
do projetor cinematográfico em plena sala de aula, como um instrumento
fundamental de difusão da educação e da cultura.
As grandes qualidades de Romance proibido estão em sua força como documento
de época, revelando um desencanto com a elite perdulária, vazia e
descompromissada politicamente, e uma adesão ao ideal do "novo homem
brasileiro" estadonovista. Bem entendido, o nacionalismo gonzagueano se
serve do contexto do momento, mas não sem fazer certos reparos e indicar os
limites do projeto governista. É particularmente interessante o contraste
que se estabelece entre os freqüentadores chiques do cassino e a
apresentação de um número de bailado na escola nacionalista de dança
folclórica, e a introdução do projetor cinematográfico na escola pública,
sem prejuízo do consumo de cinema, qualquer que seja a cinematografia (no
filme, corta-se da sala de aula para a porta de um cinema que está exibindo
um western norte-americano), sabendo-se o quanto parte do governo getulista
era xenófobo à América.
O filme não sobreviveu completo, perdendo-se certos trechos, substituídos
para efeito de compreensão da estória por fotografias e legendas. Mesmo
assim evidencia as potencialidades e os problemas de um cinema de estúdio no
Brasil àquela altura. Há prodígios cenográficos, como o prédio da escola,
assim como limitações gravíssimas, como a ausências de móveis em certos
ambientes, substituídos por réplicas singelas.


Dia 22 de outubro - 2ª. Feira -às 16:00 horas: BRILHANTE (história de
amor entre uma cidade e um filme) de Conceição Senna, com a presença
da diretora.

Sinopse

Um filme intitulado “Diamante bruto” é realizado em 1977 na cidade de
Lençóis, Chapada Diamantina da Bahia, arruinada pela decadência dos
garimpos de diamantes, única atividade econômica. Está longe o passado
de esplendor, da Aristocracia do Diamante, dos coronéis guerreiros. A
bela arquitetura está desabando, centenas de jovens abandonam a
cidade. Acredita-se que Lençóis não tem futuro. Toda a população de
quatro mil habitantes participa do filme, uma obra comunitária. O
filme, exibido no Brasil e no exterior, resgata a auto confiança dos
moradores da cidade e atrai muitos visitantes. Lençóis se transforma
em um emergente centro turístico.

Durante 25 anos a população alimenta uma relação especial com o filme,
exibindo-o constantemente, realizando trabalhos nos colégios, peças de
teatro e shows nele inspirados. Um dos aspectos mais comoventes desta
relação especial da comunidade com o filme, deste caso de amor que se
prepara para comemorar as “bodas de prata”, é o ritual das famílias
que vão ver seus mortos com vida, na tela. Como quase todos os
moradores da época aparecem no filme, a cada ano aumenta o número de
pessoas mortas, cujas imagens estão preservadas na eternidade do
cinema. É um ritual que mistura lágrimas e sorrisos, as pessoas vendo
os que já se foram ainda vivos, vivos para sempre.

Os habitantes da cidade (hoje com seis mil habitantes), os lençoenses,
têm absoluta certeza que o filme foi o impulso inicial da
transformação econômica, a fonte geradora daquele futuro que, em 1977,
os moradores não conseguiam enxergar. Dois anos depois aparecem os
primeiros turistas, pessoas que haviam visto o filme e se sentiram
atraídas pelas paisagens da montanha e pela arquitetura colonial. O
governo da Bahia e as agências de viagens descobrem o grande potencial
da cidade e da região e as transformam em um pólo turístico, é criado
o Parque Nacional da Chapada Diamantina e um campus avançado de uma
universidade.

O acelerado processo de transformação, saltando da economia e da
cultura extrativistas para a moderna indústria do turismo, gera novas
atividades, novas fontes de riqueza, a comunidade conhece um novo tipo
de “corrida ao ouro”, que traz para a cidade não os tradicionais
garimpeiros mas sim comerciantes, empresários, especuladores. Gera
também uma radical modificação na organização social comunitária e, em
consequência, conflitos de interesses. O processo de transformação é
narrado em paralelo à reconstituição do episódio que o proporcionou:
as filmagens de “Diamante bruto” em 1977.

Em 2002 o problema mais grave envolve exatamente os garimpeiros, os
fundadores da cidade. O garimpo de diamantes foi proibido e muitos
garimpeiros não se adaptam à nova economia, não querem ser guias de
turismo, querem seguir a tradição de seus antepassados. Alguns optam
pela clandestinidade, enganam a polícia e garimpam em lugares quase
inacessíveis da montanha. Outros optam pela política, tentam convencer
as autoridades que o garimpo manual praticado na região não causa
danos ambientais. O documentário termina com a sugestão de um jovem
garimpeiro: a gente faz outro filme e - quem sabe? - resolve também
esta questão.

Dia 29 de outubro - 2ª. feira às 18:30 horas: EXPEDITO EM BUSCA DE
OUTROS NORTES de Aida Marques e Beto Novaes, com a presença dos
diretores.

Leitura dos poemas: Chico Buarque

Sinopse

O filme compõe um painel da ocupação da Amazônia promovida pelo regime
militar na década de 1970. O fio condutor é a história de Expedito
Ribeiro de Souza, um poeta e lavrador, que, ao chegar ao Pará em busca
de um pedaço de terra para cultivar, torna-se uma das principais
lideranças do sindicato rural local. Após uma série de ameaças,
Expedito acaba por ser assassinado a mando de um dos latifundiários a
quem se opunha politicamente.


ATÉ NOVEMBRO - Cine ABI - Associação Brasileira de Imprensa - rua
Araujo Porto Alegre - Centro - Rio de Janeiro. Toda segunda às 18.30.
Entrada franca.

[educar libertário]

O romance Coiote, de Roberto Freire, chegou à sua oitava edição e queremos convidá-lo para a comemoração, no próximo dia 03 de outubro, quarta-feira, na Livraria da Vila, da Vila Madalena.
Na ocasião, haverá show com os filhos do autor, Tuco Freire e Paulo Freire, e com os amigos Wandi Doratiotto, Mário Manga, Ana Salvagni, Swami Junior, Skowa, Adriano Busko, Maurício Pereira, Bocato, Zema, entre outros.
O convite com as informações completas seguem em anexo e o release com detalhes do livro, vai abaixo:

O LIVRO QUE DEPOIS DE 20 ANOS CONTINUA SENDO LEITURA E ASSUNTO DE DISCUSSÕES ENTRE OS JOVENS BRASILEIROS
Após o impacto e o interesse despertados nos leitores com o lançamento do romance Coiote , em 1986 (portanto há mais de vinte anos), ele continua sendo leitura e assunto de discussões entre os jovens brasileiros. O interesse apaixonado pelo personagem principal do romance produziu em nosso linguajar a transformação da palavra "coiote" de substantivo para adjetivo - pois assim passaram a ser chamadas as pessoas que se comportam como o personagem criado por Roberto Freire. Esse fato certamente foi produzido por ser o coiote um jovem vindo do futuro, com todas as características de pessoa e de personalidade que representaria os sonhos, as utopias e as paixões da juventude revolucionária brasileira.
O livro trata do prazer que essas transformações produzem nas pessoas e das suas lutas para enfrentar o meio conservador. Coiote é o romance predileto de Roberto Freire, tanto por seu conteúdo original e revolucionário como por seu encanto juvenil. Os leitores que se identificaram com o personagem muitas vezes procuraram o autor em seu sítio em Visconde de Mauá, que eles próprios chamam de "Sítio do Coiote".

Esta nova edição (que acaba de chegar na oitava) atende a inúmeras solicitações, e é para o autor sua forma possível de colaborar com o processo cultural e antropológico dos jovens de hoje, para conseguirem se transformar em coiotes amanhã. Coiote é o romance predileto de Roberto Freire, tanto por seu conteúdo original e revolucionário como por seu encanto juvenil.
O autor nasceu em 1927. Graduou-se em medicina com especialização em psiquiatria. Dono de uma longa e rica trajetória, com marcante presença na vida intelectual brasileira, destaca-se pela multiplicidade de sua obra: é escritor, dramaturgo, cineasta, roteirista de TV, jornalista, psiquiatra e, um "militante do tesão", como se define.

--
Caio Zanuto
Aut ego Aut nihil
de: tesinho@lists.riseup.net

Paginas de Capoeira - BR

Fazendo pesquisas pessoais cheguei nesses endereços. Alguns já estão fora do ar, por isso não disponibilizo os linx. Talvez mais tarde eu veja os 'out' e os tire daqui.
Como é serviço público não-remunerado não há o que reclamar.

FICA RJ

Rio de Janeiro
CCARJ - Centre de Capoeira Angola de Rio de Janeiro
www.ccarj.hpg.ig.com.br

Groupe Ypiranga de Pastinha
www.ypiranga-de-pastinha.org.br

Marrom Capoeira
http://marromcapoeira.cjb.net

Associação Arte & Ginga de Capoeira
www.geocities.com/arteginga

Associação de Capoeira Terra Firme
www.hd.com.br/terrafirme

Associação de Capoeira Campo Grandece
http://obita.starmedia.com/~marcinhorj

Capoeira Senzala
www.geocities.com/Colosseum/Field/5510

Capoeira Ginga Rio
www.geocities.com/Pipeline/Dropzone/7650/index.html

Grupo Capoeira Brasil
www.boquirroto.cjb.net/

Grupo de Capoeira Raizes de Angola
http://homepages.lycos.com/mestre_borracha/lypersonal
---
Rio de Janeiro

Grupo Escola de Capoeira Angola África Bantu - Braga
Rua do Catete 243 (Prédio da UNE) - Catete
Rio de Janeiro - RJ - tel: (021) 2257749

Grupo de Capoeira Angola Só Angola - Neco
Rua Almirante Alexandrino, 501 - Largo dos Guimarães - Santa Tereza
Rio de Janeiro - RJ

Grupo de Capoeira Angola N'golo - José Carlos
Rua do Catete, 243 (Prédio da Une) - Catete
Rio de Janeiro - RJ

Grupo de Capoeira Filhos de Angola - Camaleão
Arcos da Lapa , 31 - Centro
Rio de Janeiro - RJ - Tel : (021) 383-8046
E-Mail: enes@eefd.ufrj.br - Tatiana

Escola de Capoeira Angola Flor da Gente - Mano
Rua do Catete, 243 - 2o andar (Prédio da UNE) - Catete
Rio de Janeiro - RJ - Tels/fax: (021) 285-4300/225-7749

Tom Zé: Anarquista!

O Louco Anarquista

por Leonardo Radowitzky

Inquietado pelo conteúdo claramente irônico em relação as aspirações e
condutas marxistas de revolução contido na música de Tom Zé intitulada
"classe operária", resolvo dirigir-lhe um correio eletrônico
indagando-o sobre seus reais pensamentos ao elaborar tal obra e sobre
suas concepções políticas.

Passados exatos dois dias e já com minhas esperanças esvaídas em
desilusão, eis que recebo sua resposta com os dizeres: "Sim, se queres
mesmo saber, sou anarquista.".

Minha desconfiança estava agora concretizada em músicas, apresentações
performáticas e atitudes claramente anti-capitalistas.

Rapidamente torno a lhe escrever sobre a atual conjuntura do movimento
anarquista carioca, as ocupações urbanas, os projetos autogeridos e a
boa oportunidade que estávamos tendo de promover um encontro.

Ele me respondeu desta vez, com prontidão e entusiasmo, dizendo que
havia procurado certa vez, uma organização libertária para estar
conhecendo e apoiando, porém, sem êxito. Estaria ele vindo ao Rio
dentro de três semanas.

Na véspera do dia marcado, já ansioso, separei um livro para
presenteá-lo. "Utopia e Paixão", de Roberto Freire, psiquiatra
anarquista que disserta sobre o socialismo utópico e a paixão
despertada por e em seus ideais, sem me preocupar se ele já o havia
lido pois o pessoal da organização já tinha separado um material
interessante que com certeza lhe seria inédito.

Após recepcioná-lo na rodoviária, fomos imediatamente para o centro de
cultural onde um pequeno grupo de pessoas nos aguardava.

Tom Zé falou um pouco de sua infância pobre, de como conheceu o
anarquismo na época da ditadura logo após seu exílio na Europa, os
reais motivos de ter sido excluído do grupo da tropicália sendo
discriminado por seus ideais ácratas e sua inconformidade pelos demais
terem rendido-se as imposições estatais, das suas iniciativas de
fomentar uma contra-cultura libertária na Bahia e em São Paulo que
foram duramente reprimidas e do seu ostracismo político, retendo-se
somente ao campo artístico.

Ao terminarmos o encontro agradável, ele me questionou sobre teorias
particulares da filosofia e da história contemporâneas.

Respondi-lhe que não era tão culto ao ponto de dissertar sobre tais assuntos.

Ele então, adentrando no ônibus, levantou o indicador da mão direita e
finalizou:

"Não existe ninguém tão culto que não possa ser questionado,
Assim como ninguém tido como "inculto" que não mereça ser ouvido".

Mais informações em: dedoscruzados.blogspot.com/

Lançado filme sobre Mumia Abu-Jamal

["Na Prisão Minha Vida Toda" irá ser exibido durante o Festival de Cinema de Londres]

Um novo documentário sobre o caso de Mumia Abu-Jamal irá ser exibido no Festival de Cinema de Londres no próximo mês. O filme tem o apoio da Anistia Internacional como parte de sua campanha internacional pela abolição da pena de morte.

O documentário de longa duração, “Na Prisão Minha Vida Toda”, examina o controverso caso de Mumia Abu-Jamal, um antigo ativista do Partido dos Panteras Negras que foi preso e acusado de assassinato nos Estados Unidos em 1981, encarando a pena de morte durante muito tempo. Há sérias dúvidas sobre a imparcialidade de seu julgamento original e ele está atualmente apelando contra a sua condenação. A Anistia Internacional está chamando por um novo julgamento.

O filme de 90 minutos retrata o caso de Mumia Abu-Jamal através dos olhos de William Francome, de 25 anos, nascido no dia em que Abu-Jamal foi preso. “Na Prisão Minha Vida Toda” foi dirigido por Marc Evans e produzido por Livia Firth e Nick Goodwin Self. O aclamado ator Colin Firth é o produtor executivo do filme. A película também conta com entrevistas realizadas juntamente com o escritor Noam Chomsky e Alice Walker, assim como com os músicos Mos Def, Snoop Dogg e Steve Earle.

Disse a produtora Livia Firth: “O filme ilustra mais um exemplo das muitas razões do porque a pena de morte nunca é uma forma aceitável de punição”.

“A Anistia Internacional contribuiu para a realização do filme, tendo previamente indicado por um novo julgamento de Mumia Abu-Jamal, e nós vibramos de emoção ao saber que eles concordaram em apoiar o filme como sendo uma parte de sua contínua campanha mundial contra a “pena capital”.

O diretor da Anistia Internacional do Reino Unido, Kate Allen, comentou:

“É chocante a maneira como o sistema de justiça dos Estados Unidos tem repetidamente fracassado para dirigir a espantosa violação dos direitos fundamentais do processo de Mumia Abu-Jamal”.

“Por várias vezes nós documentamos o apuro de Mumia Abu-Jamal antes de fortemente recebermos este filme que pode servir como uma nova oportunidade de focar as atenções sobre a sua situação. Nós temos a esperança de que aqueles/as que assistirem o filme irão dar uma resposta ao nosso chamado de um novo e justo julgamento a Mumia Abu-Jamal - e também apoiar o nosso trabalho de lutar contra a pena de morte nos Estados Unidos e no mundo”.

“Na Prisão Minha Vida Toda” será exibido simultaneamente no Festival de Cinema de Londres e no Festival Internacional de Cinema de Rome (Estados Unidos) na terça-feira, 25 de outubro.

Assista o trailer do novo filme sobre Mumia, “Na Prisão Minha Vida Toda”:
Trailer “Na Prisão Minha Vida Toda”
www.amnesty.org.uk

Tradução: Marcelo Yokoi


agência de notícias anarquistas-ana

Noite estrelada
O céu – brilhando – se abaixa
Silenciosamente

Eunice Arruda

Human Rights Defenders & MAKE SOME NOISE

Amnesty International


Below is a list of all current actions supporting and encouraging Human Rights Defenders and their work, as well as protecting them from human rights abuses.

TAKE ACTION



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MAKE SOME NOISE
e-Magazine - Issue 14

MAKE SOME NOISE