quarta-feira, 30 de abril de 2008

Instruções do Guru (3)

“Obter a assistência e ajuda de um mestre
espiritual fidedigno significa receber a ajuda direta do próprio Senhor.”
SB 1.19.36


Uma das dificuldades que passamos aqui em Goura Vrindávana é a falta de devotos. Poderíamos desenvolver muito mais esse projeto se tivéssemos mais devotos engajados. Não estou aqui me queixando, isso é somente uma análise da situação. Sei que muitos devotos estão se preparando na universidade, outros ganham muito bem em seus empregos, outros tem sérias obrigações familiares ou responsabilidades com dependentes e familiares, que os impedem a tomar uma decisão radical de viver no campo. Por outro lado, sei também que existem aqueles que se acomodam ou estão “de bobeira”, os que têm sub-empregos ou não têm grandes perspectivas na vida. Esses têm a chance de melhorar a qualidade de suas vidas, mas, em geral, desperdiçam a oportunidade.

A vida nas cidades oferece muitas facilidades: shoppings, hipermercados, entretenimentos, acesso fácil à última tecnologia, última moda, créditos para financiamentos, vida social intensa e outras amenidades. Por outro lado, existem inconvenientes muito sérios que levam muitas pessoas a problemas de saúde e desajustes psicológicos crônicos. Um dos aspectos da vida urbana é a atmosfera bastante insalubre, tudo muito poluído, a começar pelo ar que se respira. A pureza dos alimentos é também sempre questionável. Dias atrás foi amplamente noticiado que a maioria do alface, tomate e morango vendidos no mercado é contaminado com agrotóxicos e pesticidas. Outros alimentos industrializados contêm produtos químicos para estimular o sabor e a coloração, mas que são perniciosos à saúde quando uso é prolongado. Daí o número tão grande de casos de câncer. Seria ótimo se os devotos em geral fossem mais estritos nos hábitos alimentares e ficassem livres ao assédio do marketing das indústrias alimentícias que investem somente na aparência e no desfrute da língua. A filosofia da consciência de Krishna nos dá o respaldo para poder discernir sobre a qualidade dos alimentos. Não basta ser somente vegetariano. É preciso ter critérios para avaliar o que se deve comer ou não.

Outro problemão das cidades é a avassaladora onda de violência urbana. Os jovens das favelas e periferia são, hoje em dia, atraídos para a criminalidade. É o meio mais fácil de conseguir dinheiro para suprir o vício das drogas, para se vestir com os jovens da classe média, para curtir os embalos, para comprar uma moto, etc. É muito fácil: é só encostar um revolver na cabeça de qualquer pessoa e sair dirigindo o carro roubado, ou entrar num ônibus e sacar todos os pertences das pessoas. Por que arranjar emprego e ter que trabalhar duro, se a pessoa tem oportunidade de conseguir dinheiro tão fácil? Por que eles têm e eu não tenho? Essa é a lógica dos bandidos. Essa semana mesmo recebi notícia de uma senhora devota iniciada em uma cidade do Sul que teve que entregar seu carro para os bandidos sob a mira de armas. Que situação desgraçada! Eu, quando vou a uma cidade de carro, sinto no ar quão desamparado estou. A qualquer momento, posso ser abordado e perder todos os meus pertences, e ainda me considerar com sorte se sair com a vida do assalto. Definitivamente, a cidade virou o lugar dos bandidos e as pessoas são meras presas fáceis para todo tipo de pilhagem. Quando o malandro entra para o banditismo, matar um ou matar trinta, não faz diferença.

E o trânsito? Quando vejo os engarrafamentos na Marginal em São Paulo ou na Av. Brasil, no Rio, vem sempre na minha mente a imagem de que as pessoas presas em seus carros ou apinhadas nos ônibus estão condenadas a ter que sofrer esse castigo dia após dia. Só pode ser por castigo... Essa é a minha impressão. Livrar-se desses inconvenientes é, hoje em dia, uma benção muito especial.

Bem, vou parar por aqui... Não vou me alongar mais, pois tudo isso é do conhecimento de todos. Não quero, tampouco, ser alarmista nem causar nenhum tipo de constrangimento àqueles que estão irremediavelmente comprometidos com o meio urbano. A consciência de Krishna pode ser praticada em qualquer situação e quanto a isso, as cidades oferecem as melhores oportunidades para pregação. Aqueles que vivem na cidade podem compensar todas essas inconveniências com uma participação mais ativa nos programas do templo local e no suporte aos projetos do campo. Isso vai satisfazer a Srila Prabhupada e naturalmente muitas bênçãos virão.

Para aqueles que têm possibilidades de mudar esse paradigma de vida, deixo aqui meu convite e incentivo. Recentemente, o casal Bala Gopal e Lila-murti vieram morar na comunidade. Um casal do Sul, Sri Rama e Satyavati, estão acelerando os planos para virem estabelecer um centro de medicina ayurvédica em nossa comunidade. E outros estão em fase de sondagem e preparação.

Convoco, especialmente, a rapaziada. Venham ajudar a construir esse maravilhoso projeto, que é um projeto para toda a vida. Um projeto revolucionário e de muito impacto. Um projeto que prega na prática a “vida simples e pensamento elevado”. É realmente o que essa sociedade sem cabeça precisa saber: que existe uma alternativa à vida medíocre, improdutiva e viciosa, e, em muitos casos, degradante, que normalmente se leva.

Só uma coisinha mais: Na vida no campo, temos a excelente oportunidade de dormir cedo e acordar cedo. Essa é uma benção especialíssima. As melhores horas do dia: Mangala-artik, japa e aula de Srimad-Bhagavatam. Considero a rotina urbana de dormir tarde e acordar tarde como outro tipo de condenação...


Purushatraya Swami

ANGRA 3 NÂO!

http://vobojangles.blogspot.com/angra-3-no

Quase tudo o que sei sobre energia atômica foi resumido pelo saudoso José Lutzembreguer no livro "Fim do Futuro?, publicado em 1976. Agradeço o BarbaRuiva por scannear.

Aprendiz de feiticeiro
O dogma da necessidade do crescimento constante tem levado a. extrapolações estatísticas absurdas, como a da continuação indefinida da duplicação, cada dez ou cada sete anos, do consumo de energia. Em base a este tipo de extrapolação, para cuja realização na prática se movimenta uma publicidade que nos incita a um uso cada vez mais esbanjador de energia, surgem, então, planejamentos ainda mais absurdos, como o de querer semear, nos próximos quinze anos, um total de quase cinqüenta usinas atômicas em um pequeno país de 250.000 km, como é o caso da República Federal da Alemanha.
Aqueles que têm interesse nesta proliferação nos apresentam a energia nuclear como a energia do futuro, a energia mais abundante e mais limpa, mas silenciam seus incríveis custos ambientais e fazem o possível para desinformar-nos a respeito. Se é verdade que das chaminés das centrais nucleares não sai a fumaça preta das usinas a carvão, é também verdade que estas usinas,produzem os mais temíveis e indestrutíveis dos poluentes. Uma poluição para cuja percepção nosso organismo nem órgãos de sentido têm. Enquanto a Natureza nos deu olfato para distinguir gases fétidos de agradáveis aromas, olhos para constatar beleza e contrastá-la á feiúra é á desordem, ouvidos para sentir harmonias e distingui-Ias da cacofonia e do barulho, uma pele capaz de notificar-nos se as temperaturas são propícias ou perniciosas, ela não nos forneceu nenhum instrumento que nos permitisse dar-nos conta se nos encontramos ou não em ambiente infestado de radiação. Isto não estava previsto! A radiação ionizante em ambiente vital é insídia inventada pelo Homem.
A proliferação atômica, tanto em sua fase guerreira como na fase dita pacífica, ambas complementando-se perfeitamente, constitui o maior perigo que o Homem e a Natureza já enfrentaram...

Lá!

Ecologistas questionam a queima de resíduos

Por Mario Osava*

O projeto Usina Verde tenta contribuir para o controle da mudança climática a partir do lixo, mas pode ser fonte de outras contaminações.

RIO DE JANEIRO.- O projeto Usina Verde pretende gerar energia no Brasil, eliminando lixo urbano, e contribuir para o controle do aquecimento global. Porém, não é bem visto por grupos ambientalistas porque utiliza a incineração. A usina-piloto do projeto, que contou com capital de uma empresa privada de mesmo nome, iniciou suas operações em maio de 2005, no Rio de Janeiro, e já transforma 30 toneladas diárias de lixo em 2,6 megawatts de energia. Os patrocinadores da Usina Verde esperam vender unidades como esta a vários municípios do país.

O plano “não pode ser considerado limpo nem sustentável”, disse ao Terramérica Temístocles Marcelos, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente (FBOMS). Os incineradores são fontes de contaminantes orgânicos persistentes (COP), como dioxinas, furanos e metais pesados, condenados pelo Convênio de Estocolmo (2001), por provocar danos à saúde de várias gerações, acrescentou. As dioxinas são cancerígenas, afetam o sistema endocrinológico e são transmitidas pela cadeia alimentar, inclusive pelo leite materno. Os COP presentes nos gases, cinzas e outros resíduos da incineração são perigosos, mesmo em proporções inferiores às permitidas pelas normas nacionais, ressaltou.

Entre os benefícios da Usina Verde, entretanto, figura a eliminação dos grandes lixões e aterros sanitários que poluem o ar e as águas subterrâneas. E a possibilidade de render créditos de carbono no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto (1997), que permite a países industrializados investir em projetos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa em países em desenvolvimento. O projeto, um dos 72 já aprovados pelo brasileiro Comitê Interministerial de Mudança Global do Clima, tem de passar pelos trâmites das Nações Unidas para entrar no mercado de carbono.

Foi projetado pelo Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (Centro Clima), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a partir de tecnologia desenvolvida pela empresa Usina Verde em associação com universidades. Seus créditos virão da redução de gases que aquecem a Terra, isto é, o metano gerado pelo lixo e o dióxido de carbono derivado da geração elétrica por combustíveis fósseis como petróleo e carvão, e também dos caminhões que transportam lixo para locais distantes.

Uma usina-piloto no campus da UFRJ processa 30 toneladas diárias de lixo, produzindo eletricidade por meio de sua “queima controlada”. Do lixo recebido da empresa de limpeza urbana, são retirados os materiais recicláveis e os não-combustíveis. Os gases e vapores produzidos pela combustão, em temperatura de 850 mil graus, são esfriados novamente e lavados para evitar a contaminação, processo do qual resultam sais minerais e água pronta para reutilização. As cinzas e o restante não-inflamável equivalem a 8% dos resíduos utilizados e, junto com os sais decantados, destinam-se à produção de pisos e ladrilhos.

No futuro, se ficar comprovado que não são tóxicos, também poderão ser usados na agricultura, para corrigir solos ácidos, disse Emilio la Rovere, coordenador do Centro Clima. A empresa Usina Verde colocou à venda unidades modulares que processam 150 toneladas diárias de lixo, com potência de 2,6 megawatts, o suficiente para fornecer eletricidade a 7,6 mil residências com consumo médio de 200 quilowatts/hora mensais. Esse sistema é empregado em 35 países, especialmente europeus, incinerando 14 milhões de toneladas anuais na Alemanha e Espanha e 26 milhões nos Estados Unidos, destacou Rovere.

É uma alternativa válida no Brasil, onde a maior parte do lixo urbano se acumula em lixões a céu aberto ou em aterros sanitários, causando graves danos ambientais e conflitos entre municípios das áreas metropolitanas, por causa da “exportação” de lixo e da escassez de áreas para seu depósito, afirmou. O projeto, além disso, é economicamente viável diante dos custos dos aterros sanitários. Sua energia não é tão barata quanto a hidrelétrica, o que se compensa com os créditos de carbono e fatores como a proximidade da fonte e empregos gerados na mesma cidade.

Porém, segundo Marcelos, sua aprovação no âmbito do Protocolo de Kyoto estimularia certas empresas a “multiplicar essas unidades de Usina Verde” por interesses comerciais, buscando “publicidade verde”, em detrimento de outras opções melhores para tratar e aproveitar os resíduos sólidos urbanos. A reciclagem gera mais empregos e estimulou a organização de muitas cooperativas de coletores de lixo, em um movimento de inclusão social que seria travado pela “incineração de sua matéria-prima”, acrescentou. A Usina Verde também pode adotar tecnologias estrangeiras que reduzam ainda mais as emissões de dioxinas e furanos, ressaltou Rovere. Além disso, o Brasil está queimando muito lixo sem controle e seu uso termoelétrico é proposto apenas como uma alternativa para o manejo adequado de, talvez, “entre 5% e 10%” do lixo urbano, concluiu.

* O autor é correspondente da IPS.

http://www.tierramerica.net/portugues

http://www.usinaverde.com.br/

http://pt.wikipedia.org/Aquecimento_global

Carta O BERRO: A Batalha da "Média Luna"

http://edu.guim.blog.uol.com.br/

A Bolívia é o país mais pobre da América do Sul. Os índios quéchuas, aymarás e outros, mais uma boa parcela de mestiços, constituem cerca de 90% da população. Destes, outros 90% vivem, em grande parte, na pobreza, e a maior parte, na miséria. Um contingente expressivo dos índios bolivianos ganha cerca de um dólar por dia.

A maior parte dos índios não tem rede de esgoto, educação minimamente aceitável e padece de doenças que desapareceram na maioria dos países de civilização média.

A maioria indígena está concentrada em regiões contíguas à Cordilheira dos Andes, ou seja, La Paz, Sucre, Cochabamba, Oruro, Potosi.

Os habitantes indígenas das cidades do Altiplano (da Cordilheira) são conhecidos como "collas", e os da planície, da região conhecida como "Media Luna" (constituída por Santa Cruz de la Sierra, Pando, Tarija e Beni), são conhecidos como "cambas".

Há uma rivalidade crescente e explosiva entre "collas" e "cambas". Eles se odeiam, ainda que muitos indígenas vivam na região da "Media Luna" segregados, sem direitos, oprimidos e odiados.

Os "cambas" dividem-se entre uma minoria branca e rica, majoritariamente descendente dos conquistadores espanhóis que não se miscigenaram com os quéchuas, aymarás e outros, e os índios ("collas") submissos, que formam um enorme exército de serviçais dos ricos da região de Santa Cruz.

Os "cambas" índios e mestiços, em grande parte, votam e emulam os discursos de seus patrões, mas, muitas vezes, da boca para fora, como mostram os resultados das eleições mais recentes, nas quais os "cambas" índios e pobres dividiram-se no apoio a Evo Morales, perdendo por pouco para a elite.

A grande mídia boliviana da "Media Luna" é formada pelos grandes canais de TV e pelo principal jornal da direita branca e rica. São as TVs Unitel, do grupo agropecuário Monastérios, Red Uno, do grupo de supermercados Kuljis, Sitel, da cervejaria dos Fernandez, Pat, do grupo dos Daher (distribuidores Sony na Bolívia) e o jornal El Dia.

O fato é que a América Latina está submetida toda ao mesmo processo, no qual as elites dos países da região - todos transbordando de pobreza e desigualdade - tentam, valendo-se do controle que exercem sobre os meios de comunicação, impedir que as grandes massas mestiças, negras e índias, mantidas na ignorância, na pobreza extrema e vivendo em condições indignas, votem em causa própria, elegendo governos comprometidos com a promoção de distribuição de renda e de oportunidades.

O que vemos fazer a mídia brasileira não chega a um décimo do que fazem as mídias de países nos quais foram eleitos governos dispostos a enfrentar as elites e suas mídias com maior decisão. São países como Bolívia, Venezuela, Equador etc, os quais venho visitando há mais de uma década.

Porém, assim mesmo, posso garantir que o Brasil está trilhando o mesmo caminho que eles. Só que, devido a ser um país muito mais complexo e devido ao fato de que Lula parece ter optado por uma transformação mais lenta e contemporizadora, a mídia brasileira, por incrível que possa parecer, porta-se com maior comedimento do que suas congêneres de outros países latino-americanos.

De volta à Bolívia. Quem chega a Santa Cruz e começa a assistir as grandes TVs locais, chega a ficar com medo. Nos programas em que os brancos ricos vertem sua baba reacionária contra Evo Morales, só se fala em "guerra civil", "desobediência civil" e "autonomia". O discurso que predomina na mídia dos "cambas" brancos e ricos dá a impressão de que o que ocorreu na Venezuela, por exemplo, ocorrerá na Bolívia em pouco tempo. O ódio da elite "cruceña", no entanto, não nasceu com a chegada do índio Evo Morales ao poder.

Os "cambas" brancos e ricos - que não passam de um punhado que não dá dez por cento dos bolivianos - odeiam os "collas" desde sempre. Horrorizam-se com seus trajes típicos - por exemplo, das mulheres gordinhas, baixinhas, de pele escura, que usam xales com motivos indígenas, saias compridas e rodadas e chapéus-coco -, com suas bocas desdentadas, com seus narizes aduncos... Enfim, gente "feia", para os brancos ricos da região da rica "Media Luna".

Os "cambas" horrorizam-se ao ver o ministério de Evo Morales, majoritariamente composto por "collas despreparados", no dizer da elite. O ódio deles tem raízes racistas. A chegada de um dos objetos de sua execração ao poder apenas exacerbou um ódio que já existia, porém embebido em mero desprezo.

Mas há outros fatores para o ódio dos "cambas" brancos e ricos. Como alguns já devem ter adivinhado, é o dinheiro.

Evo seguiu o exemplo de Hugo Chávez, que passou a canalizar o dinheiro do petróleo que abunda em seu país para lograr feitos como extinguir o analfabetismo na Venezuela depois de décadas em que a elite branca de lá chegava a usar esse dinheiro até para importar água mineral de Miami, ou o exemplo de Lula, que despertou o ódio da elite brasileira ao adotar medidas que estão levando negros e índios às universidades e permitindo que famílias pobres se alimentem, vistam-se e vivam melhor graças a programas como o Bolsa Família.

A elite boliviana já fez um plebiscito em dezembro de 2006 tentando uma certa "autonomia departamental", que pedia autonomia econômica e administrativa de cada um dos nove Estados do país. Esse referendo foi proposto pelo presidente anterior a Morales, Carlos Mesa. A tal "autonomia" visava manter em Santa Cruz os recursos que Evo vem "torrando" com os "collas" em programas sociais. Os "collas" que, diga-se de passagem, somam, "apenas", três quartos da população da Bolívia.

O resultado do primeiro plebiscito sobre "autonomia departamental", que foi realizado em toda Bolívia em dezembro de 2006, foi o de que a "autonomia" perdeu no cômputo geral dos votos da maioria dos bolivianos, mas venceu nas regiões da "Media Luna".

No ano passado, a Bolívia instituiu uma Assembléia Nacional Constituinte na capital do país, que, ao contrário do que se pensa, não é La Paz e, sim, Sucre. La Paz é apenas a sede do governo boliviano. Essa assembléia tratou da questão da autonomia derrotada em plebiscito no ano anterior, coibindo absurdos como o de permitir que cada departamento (estado) tivesse uma espécie de "ministério de relações exteriores".

Os "cambas" brancos e ricos da região da "Media Luna" não aceitaram o resultado do plebiscito de dezembro de 2006 nem a regulamentação da "autonomia departamental" pela assembléia constituinte.. Começaram a falar, ensandecidos, em "guerra civil" e em "desobediência civil", o que seja, os governos da "Media Luna" não repassarem impostos ao governo central e desobedecerem suas determinações.

Para que se tenha uma idéia do surto alucinado que tomou conta dessa gente, os insurrectos da "Media Luna" chegaram a ir aos EUA para tentar falar com George Bush. Obviamente que não foram recebidos, pois não representavam o estado boliviano. Depois, foram à ONU, e também deram com a cara na porta. Contudo, o governo de Evo Morales diz que o embaixador americano na Bolívia tem se envolvido em conversas com os golpistas "cruceños" e que dinheiro americano tem aportado nos cofres da oposição.

A tal "guerra civil" que pretendem os "cambas" brancos e ricos, no entanto, não passa de balela. A elite da "Media Luna" é amplamente minoritária.

Aliás, se conseguissem provocar a tal guerra civil, seriam trucidados. As forças armadas bolivianas são compostas, obviamente, pelos odiados "collas" e não estão nem aí para os chiliques das madames "cambas", como as que se congregaram em grupos parecidos com o do natimorto movimento "Cansei", no Brasil. O "Cansei" boliviano se intitulou com nomes heróicos como "Mujeres de Septiembre", que, a exemplo de seu congênere brasileiro, realizou manifestações de meia dúzia de gatos pingados contra o governo.

Quando eu chegar à conflagrada região da "Media Luna" no próximo dia 17, o plebiscito do próximo domingo já terá ocorrido e a Bolívia estará vivendo seus efeitos. Existe até a possibilidade de ter que adiar essa viagem, caso a situação política se agrave por lá.

Espero, no entanto, que o bom senso prevaleça, apesar de que conheço muito bem a realidade daquele país e sei que a elite boliviana, tal como a venezuelana, a argentina ou a brasileira, entre outras, não conhece limites em sua irracionalidade egoísta e golpista.

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blogdomello.blogspot.com/assista-guerreros-del-arcoiris

domingo, 20 de abril de 2008

RAJA VIDYA - O Rei do Conhecimento (Cap.1)

BHAGA-opulências, VAN-aquele que possui:

Conhecimento (sabedoria), riqueza, poder, beleza, fama e renúncia.
Quem compreende que Deus é o proprietário de tudo,
o amigo de todos e o desfrutador de todas as atividades
torna-se muito pacífico.

Quando não se deseja a opulência alheia
compreende-se este conhecimento teórico e cientìfico,
libertando-se de todas as misérias.
O sintoma deste conhecimento é a rendição a Krsna.

KRS-repetição de nascimentos, NA-aquele que impede.

Todos os outros conhecimentos são sujeitos ou relativos a este
soberano e confidencial, puríssimo e que é o conhecimento da luz,
do qual a escuridão está separada.
É posto em prática de maneira muito alegre e é permanente.

Nada que façamos neste mundo material é eterno. Somos espírito.
Nossas atividades espirituais nos acompanham aonde formos.

Conhecimento verdadeiro é compreender 'quem sou eu'.
Mesmo orgulhosos de nossa educação acadêmica
não somos capazes de dizer o que somos.


O conhecimento começa quando entendemos que somos algo mais que o corpo. Somos espirituais. Se estivermos equivocados quanto à nossa identidade, também o ficaremos quanto as nossa atividades. O ser vivo que não compreende sua posição é como uma pedra ou a grama, que não se movem por carecerem e consciência suficiente mente desenvolvida (ela está encoberta).

As entidades vivas móveis (8.400.000 formas diferentes) contém 400.000 espécies de seres humanos, algumas civilizadas; pouquíssimas devotadas à escrituras.
Os milhões que crêem nas escrituras acreditam que religião quer dizer sacrifício, caridade e penitência. Nesta era poucas são as que alcançam conhecimento e entendem o que são.

Entre as milhares de pessoas auto-realizadas em termos do que e de quem são, apenas uma ou duas talvez sejam realmente liberadas. E, entre mihões de pessoas liberadas, talvez uma ou duas apenas compreendam o que e quem é Krsna.

O primeiro sintoma de pessoa liberada é que ela é muito feliz. Tampouco ela tem ansiedade. Nunca vamos vê-la lamentando-se. Nada tem a ver com posses ou sua falta.
"Nada tenho a perder e nada tenho a ganhar". Toda entidade viva é parte integrante de Krsna.

As pessoas nesta era vivem muito pouco, são muito dadas a dormir e ganhar dinheiro. Mesmo alguém ancioso por progresso espiritual se deparará com aproveitadores. As necessidades primárias (comer, defender-se, acasalar e dormir) são dificultadas pela preocupação com as guerras, doenças estranhas e problemas econômicos. Impossível a liberação perfeita como antigamente.

O método de cantar o Maha Mantra Hare Krsna indicado há 523 anos pelo Senhor Caitanya reduz a cinzas todas as reaçõe pecaminosas de vidas passadas. Munidos do conhecimento do funcionamento encadeado deste mundo material, quem o controla e como ele é controlado poderemos libertar-nos do sofrimento. Escrituras coligidas em diversos idiomas em toda parte do mundo orientam o homem sobre sua relação com o Senhor Supremo.


(continua no Cap.2)



Por Sua Divina Graça AC Bhaktivedanta Swami Prabhupada
'BBT'

Edição para a web por Bkt. Eduardo Silva

sexta-feira, 4 de abril de 2008

CPI da desnutrição infantil indígena ao Mato

CIMI, 31-01-2007


Quem foi à Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul no dia 28 de março
pôde presenciar mais um triste capítulo da novela "faz de conta", que vai ao
ar para desfocar as questões crucias do genocídio Kaiowá Guarani: terra e
violência.

Numa realidade de 62 assassinatos no ano de 2007, onde a criação de gado e a
plantação de soja e cana reinam absolutos, inclusive nas terras tradicionais
desse povo indígena, até parecia que os deputados tinham errado o endereço.
O objeto da CPI era investigar as causas das mortes das crianças indígenas
Kaiowá Guarani.

Das quatro pessoas anunciadas para prestarem depoimentos, apenas o
representante da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foi ouvido. Charles
Pessoa, procurador da República em Dourados, não foi ouvido, aparecendo por
volta das 11h e 30 minutos quando a sessão estava sendo encerrada. "Fui
convocado para depor à tarde. Por isso havia assumido compromisso de uma
audiência com o governador do Estado", esclareceu o procurador.

Era o desfecho pífio de uma CPI, que já nascera "sem sentido", na opinião do
Deputado Biffi, pois o objeto das mesmas "crianças Kaiowá Guarani
desnutridas", já não mais existia. O presidente e o relator da CPI já haviam
retornado a Brasília, conforme noticiou a imprensa local (Campo Grande News
).

Dr. Zelick, combativo e competente funcionário da saúde indígena, se esmerou
em explicar questões já sobejamente conhecidas, de perguntas repetitivas,
vindas no bojo de interesses políticos e não os de objeto da CPI. Procurou
demonstrar as substanciais melhoras da situação de saúde das crianças
indígenas, graças a medidas técnicas eficazes. "Se existem problemas no
funcionamento da saúde indígena, deve ser em outros lugares, na Amazônia, no
Maranhão...", pois a aqui no Mato Grosso do Sul, onde a conveniada Missão
Caiouá tem uma receita de 11 milhões de reais e mantém mais de 600
funcionários no quadro da saúde indígena, tudo está funcionando bem".

Porém, foi irônico e taxativo ao afirmar que "cada vez que a gente mistura
questões partidárias as conseqüências são trágicas". Exemplificou dizendo
que não se pode nomear para a saúde indígena quem apenas conhece índios por
filmes de Bang Bang americanos. E terminou dizendo "Deixem a gente fazer
saúde indígena, independente de partido".

Abobrinhas e bodes expiatórios

A sessão teve lances hilariantes. O deputado Valdir Neves, que apenas
apareceu tempos depois do início da sessão, começou a repetir questões que
já haviam sido feitas e respondidas. A presidência da mesa o advertiu
dizendo que essas questões já haviam sido feitas. Mas ele insistiu que
queria ouvir de viva voz a posição do depoente.

E lá foram sendo repetidas ladainhas, que de resto, já são de amplo
conhecimento. Na verdade o que se buscava eram podes expiatórios para uma
situação cujo obvio ululante era não tocar na questão central, na causa
principal, que é a não demarcação e garantia das terras indígenas. Basta
lembrar das iniciativas de parlamentares presentes que são obstáculos que
dificultam ainda mais o já moroso processo de regularização das terras
indígenas.

Sempre é bom lembrar que estamos em tempos eleitorais. Tempo em que
palanques são necessários para se alcançar resultados almejados.

E para afirmar seu grande apreço e empenho em resolver a questão crucial dos
povos indígenas, foram afirmadas as verbas conseguidas para se construir a
primeira Vila Olímpica em Terra Indígena nas Américas. Será construída na
Terra Indígena de Dourados. Já diziam os sábios da antiguidade, poderão
ficar sem pão, mas não sem circo.

Terra e eternidade

Enquanto isso os Kaiowá Guarani continuam ansiosamente aguardando o
reconhecimento, demarcação e garantia de suas terras. Cada dia que passa
parece uma eternidade. Violências e mortes são noticiadas diariamente. A
situação das aldeias é de total dependência da cesta básica e do trabalho
escravo nas usinas.

A pergunta que se poderia fazer é, porque ao invés de se convocar uma CPI
que sobejamente muito pouco poderá trazer para minorar o enorme sofrimento
desse povo, não se convoca uma CPI para saber o porque não se está
demarcando as terras indígenas no Mato Grosso do Sul, que já deveriam estar
demarcadas há 30 anos conforme determinação da Lei 6001 – Estatuto do Índio,
e há 20 anos, conforme as disposições transitórias da Constituição Federal.

Quantos Kaiowá Guarani terão ainda que partir para a eternidade, sem verem
seu sonho maior, sua terra tradicional, demarcada?

Desde o inicio de o final de 2004, quando iniciou um aumento expressivo de
mortes de crianças Kaiowá Guarani, por desnutrição, chegando a várias
dezenas, já foram realizadas instituídas duas Comissões especiais e duas
CPI, em nível federal e estadual. Por que até hoje nada foi feito para
enfrentar a causa principal que é a não demarcação das terras indígenas
desse povo?

Até o final de março a Funai se comprometeu a colocar Grupos de Trabalho
para identificar as terras Kaiowá Guarani. Amanhã expira o prazo. Haverá
amanhã, "terra sem males"? Neste ano lembramos os 25 anos do
assassinato de Marçal
de Souza – Tupã'y, 25 anos de impunidade, uma eternidade, e a comunidade em
que ele foi assassinado Nhanderu Marangatu, ainda continua sem poder estar
em sua terra.

Leia mais.

Subnutrição de crianças indígenas é conseqüência da falta de
terras
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=12829

Desaldeados. A face cruel do abandono dos índios Guarani-Kaiowá no
MS
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=12200

A superexploração dos canavais utiliza-se cada vez mais de mão-de-obra
indígena
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=12076

O holocausto Guarani. 'Está em curso um processo de genocídio desse povo'.
Entrevista especial com Egon
Heck
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=10776

'Centenas de guarani-caiovás morrem por desnutrição, assassinato, suicídio,
senhor ministro'. Carta de Egon
Eck
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=5264
'Não conseguiram destruir nossa raiz'. Entrevista especial com Egon
Heck
http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=11933

SANCIONADAS NOVAS FORMAS DE INCENTIVO À PRODUÇÃO CULTURAL NO ESTADO

- a classe mostrando que pensa que nem índio: tem que ter advogado, político, geógrafo, costureiro, datilógrafo...

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A partir desta quarta-feira (02/04), a Lei 4.887/06, que institui o Programa de Incentivo para as Atividades Culturais (Piac) no Estado do Rio, passa a ser mais abrangente. Foi sancionada pelo governador Sérgio Cabral e publicada no Diário Oficial do Poder Executivo a Lei 5.214/08, de autoria do deputado Marco Figueiredo (PSC), que acrescenta ao artigo 1° do texto de dois anos atrás a preservação e a difusão do patrimônio cultural material e imaterial no estado; o apoio à pesquisa e aos projetos de formação cultural, bem como à diversidade cultural; o patrocínio à expansão dos espaços de circulação da produção cultural, e o apoio e o patrocínio à renovação, ao intercâmbio, à divulgação e à produção artística e cultural fluminenses. "Precisamos acumular ações no sentido de identificar as dificuldades e criar novas fontes de financiamento da produção e distribuição da produção cultural em todo o País. Já que a cultura está entre as atividades que mais geram, e de forma barata, empregos em todo o mundo", declarou Figueiredo.
O novo documento determina que os projetos inseridos nas áreas de cinema, artes plásticas, artes visuais e design, música, patrimônio histórico e artístico, folclore e artesanato, pesquisa e documentação, restauração e conservação de bens protegidos por órgãos públicos e literatura poderão pleitear os benefícios desta lei. De acordo com o autor do projeto, seu objetivo é aumentar os incentivos e os investimentos culturais no Rio.
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A lei foi sancionada com um veto ao artigo 2º, que tratava da origem dos recursos que deveriam ser destinados ao PIAC. "Não cabe ao Poder Legislativo criar novas despesas para o estado sem previsão de existência de recursos orçamentários específicos para o custeio", justificou Sérgio Cabral. O veto parcial ainda será apreciado pelo Plenário da Assembléia Legislativa do Rio, que poderá ou não derrubá-lo.


Departamento de Comunicação Social da Alerj



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