Lideranças indígenas do Rio Grande do Sul, de Santa Cataria e do Paraná estão presentes ao encontro. Os Guarani da região irão debater os principais problemas que os afetam, com destaque para a questão territorial. “Várias famílias estão morando na beira da estrada por falta de terra, com risco das pessoas serem atropeladas”, alerta a liderança Maurício Guarani, da terra Estiva, em Viamão, Rio Grande do Sul.
A partir do Encontro, os indígenas pretendem pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) para que novos Grupos de Trabalho (GTs) de identificação de terra sejam criados. Nos últimos meses, os povos conquistaram a criação de um GT para identificar três terras no Rio Grande do Sul. Amanhã (6), à tarde, representantes da Funai, Ministério Público Federal e Fundação Nacional de Saúde (Funasa) ouvirão as demandas indígenas.
Os participantes do Encontro também pretendem organizar, ainda em 2009, uma reunião com os Guarani da Argentina e Paraguai para intensificar a articulação continental do povo, iniciada em 2006 no I Encontro Continental Guarani.
Memória de Sepé
No dia 7 de fevereiro, os pajés celebrarão a memória de Sepé Tiaraju. Ele liderou os Guarani na resistência dos Sete Povos das Missões contra o tratado de limites, celebrado entre Espanha e Portugal, que expulsaria os indígenas para o outro lado do rio Uruguai. Ele foi morto em 1756 no local conhecido hoje como Sanga da Bica, localizado dentro da cidade de São Gabriel. Três dias depois, mais de 1,5 mil Guarani foram dizimados pelos exércitos invasores, no local conhecido hoje como Coxilha do Caiboaté.
“Esse é um momento importante para refletir sobre nossa história, nossa luta, nosso povo” explica Maurício. Segundo a liderança, desde o primeiro Encontro Continental, em 2006, já houve importantes avanços como a criação da Comissão de Terras Guarani e o aumento do diálogo com Funai sobre as terras do povo.
Brasília, 5 de fevereiro de 2009
Informe n. 852
Cimi - Conselho Indigenista Missionário
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