Os investimentos no ano passado foram de US$ 155 bilhões e somente os EUA tiveram um aumento de 50% na produção, ultrapassando a Alemanha como líder mundial no setor.
As instalações mundiais de energia eólica geram hoje mais de 120,8 GW, sendo que apenas em 2008 foram disponibilizadas mais de 27 GW, um crescimento de 28,8% em relação a 2007. Esses 120,8 GW, equivalentes a 9 vezes a capacidade instalada da Usina de Itaipu, serão responsáveis pela não emissão anual de 158 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). O ano também foi marcado pela ascensão dos EUA como líderes mundiais no setor, com um total de 25,1 GW contra 23,9 GW da Alemanha.
"Os números falam por si só. Existe uma enorme e crescente demanda pela energia eólica. Trata-se de uma fonte que pode ser instalada em praticamente qualquer lugar e que é a única que pode promover os cortes necessários nas emissões", afirmou o secretário geral da Global Wind Energy Council (GWEC) Steve Sawyer.
EUA
Os projetos em energia eólica completados em 2008 nos Estados Unidos foram equivalentes a 42% de toda a nova energia adicionada ao potencial do país. Também foram responsáveis pela criação de 35 mil novos empregos.
"A indústria eólica dos EUA apresentou um crescimento recorde de 50% em apenas um ano. Porém já percebemos uma queda nos investimentos em virtude da crise. Esperamos que o presidente Obama consiga incentivar a sociedade a não parar de investir nas novas tecnologias de energia", afirmou a CEO da Associação Americana de Energia Eólica (AWEA), Denise Bode.
Apesar dessa queda de investimentos, grandes projetos para a energia eólica estão em fase adiantada. Destaque para os três novos parques eólicos de Altona, Chateaugay e Wethersfield no estado de Nova York. Juntos eles serão responsáveis por mais de 330 MW.
China
De todos os investimentos em energia eólica no mundo, um terço foi aplicado no continente asiático, em particular na China, que em 2008 conseguiu dobrar sua capacidade instalada, passando de 6,3 GW para 12,2 GW.
Para este ano, a previsão é que o setor mantenha o ritmo, tendo novamente um crescimento de 100%. Segundo a secretária geral da Associação Chinesa das Indústrias de Energias Renováveis, Li Junfeng, mais uma vez um terço de tudo o que for construído em energia eólica no mundo, será construído no país.
A esta velocidade, a China deve chegar em 2010 como o segundo maior produtor de energia eólica, com cerca de 30GW produzidos.
Bilhões de toneladas
Cada vez mais a energia dos ventos se torna um importante fator na economia global. Apenas o mercado de turbinas teve seu valor avaliado em US$ 47,5 bilhões em 2008.
"Assim como a energia eólica é útil para o meio ambiente é também para a economia. A indústria dos ventos já criou mais de 400 mil empregos ao redor do mundo. E se a crise não se agravar muito, teremos cada vez mais investimentos, já que os preços dos combustíveis fósseis estão cada vez mais altos e voláteis", afirma o presidente da GWEC, Arthouros Zervos.
Ainda segundo a GWEC, com o devido apoio, seria possível atingir uma meta de emissões de 1,5 bilhões de toneladas de CO2 no ano de 2020. A estimativa é que o mundo emita mais de 25 bilhões de toneladas por ano. "Precisamos de um sinal forte dos governos que teremos investimentos contínuos no setor. Também será preciso um acordo global já em Copenhague em dezembro para podermos explorar todo o potencial dos ventos. A indústria, investidores e a sociedade esperam por isso", conclui o secretário geral da GWEC, Steve Sawyer.
Crédito da Imagem: Parque eólico em Altona, Nova York
Fonte: GWEC / RenewableEnergyWorld.com
Por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
(Envolverde/CarbonoBrasil)
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