segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Doações para vítimas de enchentes foram queimados por terem deteriorado


O Ministério Público Estadual (MP) do Rio de Janeiro vai instaurar inquérito para apurar a responsabilidade dos bombeiros que incineraram donativos destinados às vítimas da enchente que devastou Santa Catarina e vários municípios fluminenses, nos últimos meses.

De acordo com o promotor Homero das Neves, coordenador da Primeira Central de Inquéritos, a destruição do material usado constitui crime de dano contra o patrimônio público, pois o Estado era, naquele momento, responsável pelos donativos.

Se condenados, os responsáveis por atear fogo às doações e o coronel Djalma Souza Filho, exonerado do cargo de diretor-geral da Defesa Civil, podem pegar de dois a quatro anos de prisão. O caso deverá ser investigado pela 17ª DP (São Cristóvão), que cobre a área do 21º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) do Exército, onde as doações estão armazenadas, em condições precárias, desde novembro.

O secretário estadual de Saúde, Sergio Côrtes, que determinou o afastamento do coronel, disse estar revoltado com a destruição: "O meu sentimento é de revolta, como o de qualquer cidadão. A vantagem é que eu sou secretário e pude exonerá-lo", disse.

Côrtes determinou que o subsecretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, instaurasse uma sindicância para apurar os fatos. Ele disse que sequer telefonou para o ex-diretor-geral para comunicar sobre sua demissão.

"Para mim, as fotos e as imagens já dizem tudo. E é preciso atitudes rigorosas na apuração. A cobrança é fundamental. Dentro de 30 dias vamos saber quem foram os responsáveis, e eles serão responsabilizados por isso", afirmou.

O secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, que acompanhou Côrtes num evento no Piscinão de Ramos, preferiu não comentar o episódio. O governador Sergio Cabral também não falou sobre o assunto.

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), presidente da Comissão de Defesa Civil da Assembléia Legislativa (Alerj), disse que convocará os acusados para prestar esclarecimentos amanhã. Ontem, o parlamentar voltou a defender o militar que determinou a queima dos donativos.

"O coronel Djalma teve dificuldade para levar os donativos até os desabrigados. Além disso, o material não estava guardado em local adequado. Eles não seriam loucos. Tem que haver uma justificativa", disse Bolsonaro, que já sabia da dificuldade de encaminhar os donativos aos municípios atingidos pelas enchentes. O deputado se comprometeu a voltar ao quartel para vistoriar o que restou dos donativos.

Nos últimos dias, doadores cariocas, que se sensibilizaram com o drama dos desabrigados e enviaram donativos para o quartel de São Cristóvão, ficaram indignados com a queima de roupas e brinquedos pelos bombeiros. Moradora de Campos, a médica Fernanda Guimarães trabalhou em Itaperuna para ajudar os desabrigados. "Várias cidades da região ainda precisam de donativos, especialmente agasalhos, já que são municípios muito pobres. Foi um absurdo queimar isso", afirma ela.


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Publicado por Edson Fonseca
02-Fev-2009 12:30

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A doações para Santa Catarina viraram cinzas no Rio de Janeiro

Sua doação virou cinza otário!!!

Bombeiros do Rio queimam doações para desabrigados

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