terça-feira, 13 de novembro de 2007

quem manda no planeta terra?

o que é tocar num festival com estrelas internacionais


A viagem entre as cidades foi debaixo de chuva continua
pela separação natural dos cotidianos
a minha auto-exclusão demorou um pouco para ser alterada
a possivel presença dela faz com que eu passe a ser respeitado

Doze horas de ensaio com três musicas novas, um técnico e um convidado
primeiro dia caos total. no segundo as coisas já se acertaram
e melhorei com o octapad.
No terceiro fiz as mudanças timbrísticas necessárias e o caos também diminuiu

Cheguei a conclusão que não dá pra estar num bar sem se envolver
se não há como falar a mesma língua é melhor se retirar. foi o que fiz.

Estar num hotel 5 estrelas não é diferente de estar na casa de bons amigos
é o primeiro grande detalhe depois de ter a própria van a disposição.

Chegando na area destinada ao evento percebe-se que tem espaço pra todos
o grande palco não parece tão grande. os vários técnicos são aqueles.
profissionalismo. experiencia. estrutura. hierarquia.
a passagem corre bem mesmo com o 'psiu' lá pra tirar dinheiro da produção

De volta ao lugar onde o terror do Bush ficou quando veio aqui
eu escolho ficar ao invés de ir ter com amigos em bar
após um banho e troca de roupa
na porta do hotel uma fâ pede uma foto com a banda
(somos muito tímidos ainda pra isso)

O lugar escolhido pra jantarmos não tinha a comida que eu queria
e a maioria ainda escolheu comer em area de fumante
saí pra comer em outra parada
na volta da massa e do milho, amigos cariocas lá estavam na area enfumaçada

Minha exposita estava presa no transito e uma tensão me abateu o resto da noite
só consegui dormir depois da cabeça feita e dela encaminhada

O dia seguinte era 10 de Novembro.
Acordo poucas horas antes da marcada pra van nos buscar.
banho basico, chá com biscoito, a roupa escolhida e vamos descer
só que o transito de São Paulo não é confiável e o atraso é de ao menos meia hora

Chegando nos galpões depois de pegar a galera no caminho
vamos pro nosso camarim com pães e circos.
entrevista pro patrocinador
não pode tocar em nada no palco antes da hora
fotos e convites para amigos

A hora é chegada e pouco mais de cinquenta pessoas ali estão
tudo tranquilo
tudo certo
tudo ajustado
luz do dia

Ao final, bastidor. todos se cumprimentam. eu me cumprimento
ao menos eu tinha minha pequena me aguardando.
ao descer do palco mais uma entrevista, só q eu cheguei primeiro
quebrei a hierarquia estabalecida (há uns 45 anos com os 'besouros').

A reporter veio perguntar como foi e eu disse q o publico é quem diz
kaue diz q bandas precisam mais dessa estrutura
gira é tímido diante das cameras
diogo e pedro querem ver lily allen e pato fu.
gira quer ver instituto. eu também.
a reporter quase me obriga a dizer que quero muito ver Devo
mas eu digo q não sei como está o show deles agora.
como se tivesse cometido uma gafe com o olhar de desaprovação dela
concluo que ao menos vai ser uma aula dos vovôs.
daí pro camarim relaxar. até...

somos comunicados que Lilly Allen (LA) quer um camarim só pra ela
como a menor banda somos solicitados a nos mudar
nosso equipamento vai pra van e nós pra cozinha
é claro que exigimos algo: mais bebidas.
comida não tinha mais. a nossa foi só a que pedimos com antecedencia.

Mas tudo bem. posso ver pato fu e instituto da lateral palco.
durante o show de LA vem um gringo grisalho
com toda arrogancia norte-americana (ou seria inglesa?)
e expulsa eu, pompéia e psycho do palco

Daí é que percebo que o festival é para os gringos (grandes)
as bandas nacionais são só um detalhe mais barato.
parece que foi encomenda estrangeira
e nós estavamos sendo favorevidos por estar ali

Lilly Allen é uma espécie de Britney Spears: uma farsa.
toda hora ela abaixava pra ler a letra escondida no monitor
a banda dela é muito boa.
parece a industria dizendo:
precisamos de uma pessoa desse tamanho, que vai ter essa personalidade
para fazer esse tipo de som, etc
contrataram a banda e fizeram o marketing.

Depois que já tinhamos tocado foi como se fossemos uma sobra ali
pra só os gringos e famosos brilharem sem riscos.

Foi engraçado ver o Supla pra lá e pra cá procurando uma câmera
que pudesse registrá-lo
foi legal tocar idéia com os super-humildes do pato fu
foi engraçado bater boca com o gringo e zoar a Talma de Freitas
foi surpreendente ver que Lilly é uma farsa
foi esclarecedor ver que o CSS é outra farsa montada
foi legal dormir naquele hotel e ver que aquilo é nada, só ilusão
foi legal a re-aproximação momentânea com os parceiros da banda

E a volta foi super tranquila.
de volta a cidade úmida e quente que logo fez chover
a essa realidade virtual e a ouvir minhas musicas baixadas
e a sonhar com o projeto pessoal realizado.

E até a próxima! até amanhã!

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