Fim de semana Fome Cem
Sexta- feira à noite fui convidado pro show da Pelv's e Autoramas no Espaço Marun, Botafogo. Teria um gasto financeiro e fisico que impediram minha ida. Liguei para a Jenny para ver se podia ir na casa dela mas a moça estava cansada e pediu que eu ligasse no sábado. Passei na locadora, aluguei o Abril Despedaçado, fui para casa e acho que não fiz nada além de sofrer na frente da TV assistindo a programação normal da TV fechada.
No sábado acordei às oito mas só levantei nove e meia. Tendo que estar em Ipanema pegando o MD com a Manuela antes do meio dia e meia, hora marcada na Pça. XV com o Hudson para pegar o prato de bateria que estou comprando dele.
Na correria, chego na casa da manú umas onze e vinte e fico lá até dez para o meio dia. Testamos o aparelho, que dá um probleminha no 1º disco: o disco não toca, mudamos de disco e o outro toca. Como estou com pressa, levo o aparelho para testar mais tarde.
Saio de lá e tenho que passar antes no Saara para comprar um P2- P2. Encontro o Hudson com um atraso de 15 minutos. Fazemos a troca rapidamente. O prato está sujo de uso mas em boas condições. Pelo preço que é, vale a pena. Vida de pobre é assim. Compra o que precisa nas condições que pode e a oferta o é.
Tchau e lá vou eu pro Pechincha encontrar com o MJ (Mother Joan's, banda que toco bateria) para ouvirmos a gravação para o CD.
Até agora só engoli um café da manhã safado e - às duas da tarde - me ponho a ouvir, com Edio e gabi ( Pablo, o baixista, não veio) as musicas. Edio me mostra um rascunho do que vai ser o nosso programa de atrações. Vamos produzir uma espécie de esquete humoristica, com todas as piadas e bordões que esse tipo de entretenimento provém.
Teremos que regravar seis das treze musicas gravadas, a maioria por problemas técnicos causados pelo cara do estudio (o amigo carinhosamente chamado de berico).
Eu tinha a intensão de estar (mas não deu) na reunião com o futuro candidato a vereador - o produtor cultural, musico etc Rodrigo Quik, que lançou um manifesto da cultura independente carioca, o qual será o seu projeto em prol da cultura carioca legalmente apoiada. Não consigo chegar lá. Tenho o pé atrás quando o assunto envolvime política. Me interesso pelo manifesto por ser a proposta necessária para o RJ, mas política é #*@'!§.
Então saio correndo da casa do Edio para encontrar meu pai na Barra para irmos à Botafogo pegar instrumentos e o pessoal que vai gravar a trilha do Hera comigo... Só deu para gravar o piano, acho que quinta ou sexta terminamos as guitarras e algo mais.
Dois caras que tocam no Supercordas dão força e entram nesse grupo de musicos independentes. Depois partimos - voltamos - para a casa do Felipe e da Fátima em Botafogo: Videos, sono, cachaça, macarrão, musica, fumaça. Fatima me ensina a mexer no MD - que tinha dado problema novamente enquanto gravávamos o piano. Parecia que o disco estava arranhado, vicava pulando de faixa e o volume aumentava sozinho. Tivemos de gravar direto para o PC, o que diminui a qualidade.
Vamos dormir definitivamente quando já é dia. Acordo 1 e 45 da tarde e todos (Felipe, Fatima, nega e Bruno: amigos que caíram por lá também) ficam dormindo enquanto dou uma pitada e me vou.
Decido não acordá-los e jogo as chaves pela janela (moram no 2º andar). O barulho das chaves na grade acorda Fatima, que tem que descer e pegar as chaves comigo. Fico de voltar para passar a cópia do filme que deixei com eles em VHs para mini DV para passar para o Fabiano (outro colaborador) fazer a parte dele.
Vou para o Centro depois de comer um podrão em 'bota' e acabo assistindo ao filme do Silvio Tendler Glauber, O Filme: Labirinto do Brasil.
O filme não mostra a frase tão divulgada do CINEMA NOVO e o Sarraceni só aparece uma vez, e não diz nada, tomado pela emoção. O filme mostra o lado anarquico de Glauber que assustava até aos seus amigos mais intimos.
Num determinado momento do filme aparece uma gravação de Glauber esculachando os cineastas que beberam do cinema novo e nos 80 faziam porno- chanchada, e negavam o CN, mas eles não poderiam se afastar do CN (e voltaram a ele quando, alguns do que ele cita indiretamente, dão depoimentos sobre Glauber). Esses são os que estão aí hoje, sobrevivendo nesse mundo globalizado.
Um depoimento muito lucido do Jabor, já no finzinho da pelicula, nos revela que Glauber morreu cedo pois não conseguiria viver nesse mundo tomado pelo imperialismo (coisa que Glauber tanto repudiava) e pelos que desistiram e se renderam a essa invasão.
Depois desse gás, ligo para o Felipe para ver se rola de fazer a tal 'telecinagem' mas ele diz que vão à casa do Sandro (amigo, de outra banda). Deixamos em aberto para o feriadão e vou pra casa, afinal de contas estou há mais de 36 horas fora de casa e sem dar satisfações.
Ao chegar na Taquara, me lembro de tenho 3 trabalhos a fazer para provas: um é ver um DVD (Abril Despedaçado) e outro em VHS (Brasa Dormida). O Abril eu verei hoje, segunda feira e farei o que tenho que fazer. Já o brasa vai ficar dificil pois nem sei onde meti a fita e o trabalho é para quarta de manhã. Estou sem computador em casa e não conseguirei entregar esse trabalho. Três pontos a menos na avaliação ou seja o que se quiser. O terceito trabalho é decupar 10 minutos do material bruto de um curta (Lepra, que estou ajudando o diretor, Rodrigo Alayete, na edição de som).
Só que me lembro que lá em casa todos são espectadores fiéis à Rede Globo e se eu chegar cedo vou ter que pedir que se retirem da sala para que eu ponha o vhs, ou me meto no quarto para ver o dvd. Decido ligar para a Jenny, que prontamente me chama para visitar sua nova casa.
Desde sábado de manhã minha alimentação foi: um copo de vitamina e um pão francês no café de sab; um cachorro- quente à noite, antes de começarmos a gravar; uma macarronada esperta na casa deles depois da gravação; um salgado com caldo de cana no domingo quando saí da casa deles em Botafogo; um choquito, uma bananada e um Guaravita durante o filme do Silvio sobre Glauber.
Vou para a casa dela mas antes dou uma cagada no McDonald's (é só pra isso que ele serve mesmo) e compro um pacote de camisinhas e um chiclete Valda.
Chego lá e, depois de pisar num cocô de cachorro e limpar a sola do tênis numa graminha, me apronto para gritar seu nome quando eis que surge ela com um grupo de amigos (alguns eu conhecia) que foram lá para beber e conversar.
Eles estavam indo embora nessa hora e ficou estranho eles irem e eu chegar. Eles maldaram. Mas ficou uma moça, a Salinas. Nós três fomos comprar cervejas e a Sá reclamando que estava cansada e com fome. Jenny, a loira, a convenceu de subir mas chegando lá Jenny fissurou por cigarro e descemos novamente para ela comprar alguns. A Sá decidiu ir embora.
Subimos só eu Jenny e, depois de umas cervejas e muito papo soltei o verbo para ela. Ela disse que sabia que eu iria fazer aquilo. Mulher problemática. Disse que não estava a fim, que eu ia me decepcionar com ela, que ela é uma puta etc. Eu estava na cama com ela (como amigo) e insisti que não era o corpo dela que eu queria e piriri e pororó.
Resultado: eu fui chegando, e chegando e insistindo pois sabia que era jogo duro dela. Eu fui insistente e roubei-lhe um beijo, mesmo sendo ameaçado de nunca mais vê-la. Entrei na jogada e disse que queria aquele momento mesmo que nunca mais a visse, segundo sua ameaça.
Depois que a beijei (ela já estava de olhos fechados e sonolenta) ela se animou e disse:
_ Vc o fez!
_ Sim! Confirmei.
Daí as coisas tomaram um rumo inesperado. Ela foi se animando e se mexendo sensualmente a ponto d'eu tomar partido e agir. Eu não queria tranzar com ela. Eu a quero a ponto de manter um relacionamento. Ela me disse que acabou de terminar um namoro de quatro anos. O meu ultimo namoro foi há uns três anos.
Ela pediu para eu botar uma camisinha. Me atrapalhei pois não esperava tal reação da moça. Daí o fogo dela apagou.
Eu ainda fiquei lá um tempo tentando entender porque ela mudou tão repentinamente de opinião, e mudou de novo tão repentinamente quando.
Ela me perguntou se eu estava satisfeito e após minha resposta negativa disse que era claro porque ninguém gozou. Ela levou muito para esse lado, como se eu quisesse só comer ela. Confesso que durante os afagos bem que pensei ela estar fazendo aquilo de sacanagem (ela negou), que iria tranzar comigo e depois fazer o que fez:
_ Satisfeito? era o q vc queria?
Ela foi escrota comigo mas eu quero essa mulher.
em 05/04/04 as 13:23, edp