sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Usina nuclear Angra 3: mais uma manobra sorrateira dos petistas encastelados no poder

[AGP-Brasil]

Nesta segunda-feira (26), foi realizada uma audiência pública no Centro de Convenções Cidade Nova, no Rio de Janeiro, para discutir o licenciamento ambiental de Angra 3. Do lado de fora, manifestantes do Greenpeace, ONGs e individualidades, realizaram um protesto contra à eventual construção da usina nuclear. Ativistas do Greenpeace levaram latões amarelos simulando tonéis de lixo nuclear e uma faixa com a mensagem: "Angra 3 = lixo nuclear”.

Segundo um ecologista, pouquíssimas pessoas participaram do ato antinuclear, e, para piorar, ainda os que eram contra tiveram que ficar do lado de fora da audiência. Já que em defesa da Angra 3, cerca de 300 pessoas lotaram o auditório do Centro de Convenções e formando a torcida a favor da usina. Eles vestiam camisetas com o "sim” à expansão da central nuclear.

A torcida pró-Angra 3 foi trazida de Angra para o Rio em nove ônibus oferecidos pela Eletronuclear (a estatal brasileira do setor), em mais uma manobra sorrateira da camarilha petista encastelada nas esferas do poder estatal, que corroboram e constroem a servidão voluntária à projetos nefastos como Angra 3, ademais de ocultarem que a energia atômica é tudo, menos "limpa, eficiente, barata e segura".

Além do transporte e do uniforme, as pessoas cooptadas e aliciadas pela Eletronuclear, receberam lanches, bandeiras e faixas padronizadas. Um verdadeiro carnaval. O grupo chegou com instrumentos de percussão em que havia adesivos da última campanha eleitoral do presidente do PT local, Antônio Cordeiro, que disse para a imprensa, na maior cara de pau: “Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O partido não deu um tostão, foram os sindicatos que bancaram. Aqui a gente não coloca a questão partidária, colocamos a defesa de um projeto que acreditamos e confiamos”.

Muitos membros do PT, com o presidente Lula a frente, incentivam a instalação de uma nova usina nuclear em Angra. Um dos principais defensores do empreendimento atômico é o deputado federal Luís Sérgio (PT-RJ), que foi prefeito de Angra dos Reis. Além disso, naquela região há o “Fórum Pró-Angra 3”, que reúne diversas entidades, como PCdoB, PT, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Niterói (Stienn/Angra); Associação dos Empregados da Eletronuclear (Asen); Associação dos Trabalhadores da Central Nuclear de Angra (Acena); Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada de Angra e Paraty (Sticpar); Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben); Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge); Sindicato das Secretárias do Estado do Rio de Janeiro (Sinserj); Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea/RJ); Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia); e Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis (Stmmmeiaprj).

O lobby nuclear é grande. Por trás da construção da usina Angra 3 estão diversos interesses, que envolve sindicatos, empreiteiras, fornecedores de equipamento, políticos e até o governo da França. Todos de olho na dinheirama de US$ 1,8 bilhão, a quantia orçada para a construção da usina.

Angra 3? Não, obrigado!

El Pececito Chuva de Fogo

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