Por Bir Krishna Prabhu (DVS), Facilitador do Instituto Bhaktivedanta para Auto-Realização de Dakar (Sénégal), 14/12/2007.
Antes de tudo, cabe definirmos desde o inicio deste artigo o significado de se adotar o cantar os santos nomes do Senhor como um processo de auto-realização. É dito no Brhanaradiya Purana que na Kali-yuga (a atual yuga ou era), as pessoas teriam uma duração de vida muito curta, seriam pouco inclinadas as praticas espirituais e perturbadas por inúmeras ansiedades, portanto, o melhor meio para elas lograrem compreensão espiritual é cantar os santos nomes do Senhor.
harer namaiva kevalam
kalau nasty eva nasty eva
nasty eva gatir anyatha
“Nesta era de desavenças e hipocrisia, o único meio de liberação é cantar os santos nomes do Senhor. Não há outra maneira, não há outra maneira, não há outra maneira”. É significativo neste verso, a repetição das palavras nasty eva (não há outra maneira) por três vezes. As autoridades da ciência teísta interpretam tal recurso poético do seguinte modo: “Não nos é dado compreender o Senhor, 1) por submeter-nos a diversas austeridades, 2) ou por especular durante muito tempo, 3) e nem por meditar, mas somente cantando os Seus santos nomes”. Isto é, se cantarmos com confiança e amor o grande hino de liberação – hare krishna hare krishna/krishna krishna hare hare/hare rama hare rama/rama rama hare hare, na certa o Senhor ira revelar-se em nosso coração, em nossa vida, sob nossas vistas. Pois, no plano absoluto, cantar os santos nomes do Senhor é o mesmo que vê-lO. No entanto, para que isso se suceda, é preciso que nosso cantar não seja desatento. Neste sentido, o Senhor recomenda no Bhagavad-gita, um poderoso antídoto para tornarmos a mente parceira neste processo:
manas cancalam asthiram
tatas tato niyamyaitad
atmany eva vasam nayet
(Bg. 6.26).
“Sempre que a mente divague devido a sua natureza instável e inconstante, é preciso com certeza trazê-la de volta e colocá-la sob a direção do eu”. De fato, quando nos propomos cantar o maha mantra – hare krishna, minha experiência pessoal me fez perceber isto, a mente se interpõe como um verdadeiro obstáculo a nossa nobre intenção, divagando em vez de se absorver no canto. Torna-se necessário em tais circunstâncias, trazê-la de volta quantas vezes for preciso, com isso, aos poucos, ela se tornará com certeza uma excelente parceira. Mas, neste processo, deveremos fazer uso de muita paciência e determinação – direi mesmo compaixão–, pois, a mente é tal qual uma criança travessa e é preciso muito “jogo de cintura” para serená-la. O processo todo resume-se na recomendação do Senhor Chaitanya Mahaprabhu – sa vai manah krsna-padaravindayoh – é preciso fixar a mente nos pés de lótus do Senhor Krishna.
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