terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Desmatamento na Amazônia volta a crescer

O sistema de monitoração do desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estimou a derrubada de mais de 3000 km² de floresta Amazônica nos últimos cinco meses de 2007. O instituto admite que este número pode chegar a 7000 km². De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, os dados mostram que há uma alta "inequívoca" no ritmo do desmatamento, cuja ação o governo vinha conseguindo conter desde 2004.

De acordo com o pesquisador da Organização Não-Governamental (ONG)Imazon - que trabalha com estudos sobre a Amazônia em Belém, Adalberto Veríssimo, a devastação deve dobrar em 2008.

“Esses primeiros cinco meses já indicam que o desmatamento da Amazônia vai ser bem maior. O ano passado, para ter uma idéia, nesses primeiros cinco meses, a estimativa era metade disso. Se mantiver esse ritmo, ele vai sair de uma área que é metade do estado de Sergipe, para uma área que vai ser do tamanho do estado de Sergipe ou maior. Em um ano”.

Estudos da Imazon indicam que o Pará apresentou um crescimento do desmatamento de 300% em novembro em relação a outubro. Segundo a ONG, entre os cinco meses – de agosto a dezembro, a perda da floresta aumentou 74%.

Segundo Veríssimo, as principais responsáveis pelo aumento do desmatamento devem ser a produção de soja e carne, commodities cujos preços subiram.

“Quando o mercado agrícola está favorável, o preço melhorou, tem uma procura muito grande, então isso incentiva para que o proprietário rural desmate para atender essa demanda”.

Para reverter este quadro, Veríssimo aponta que somente com repressão o governo não obterá êxito. Seria necessário uma nova agenda econômica para Amazônia, dando créditos para áreas de manejo florestal, ao invés de dá-los a pecuária, exemplifica.

De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur.
http://www.radioagencianp.com.br

25/01/08

http://www.greenpeace.org.br/amazonia

Nenhum comentário: