segunda-feira, 14 de março de 2005

Cinema Desconstrução é isso mesmo. O momento, paixão, dor, incompreensão
e enfrentar preconceitos.

E esse vai ser meu manifesto desconstrução por umas semanas.
O dogma é fazer o que quiser e ser contra qualquer um que queira registrar a liberdade no 'marcas e patentes'. E é perder tudo o que mais a gente quer no mundo se for o caso, mas nunca ceder ao que te parece sujo.

Também não vale só falar que é inovador e essas babaquices, tem que fazer cinema errado, mostrar cinema errado, transgredir e ter inimigos caretas - não que tu procure, é apenas inerente e impossível de evitar.
Tem que ser corajoso, morar em Sierra Maestra, ser mau falado pelas senhoras de família que pensam que o filme sobre a vida do pelé ou do garrincha é uma emoção e que garotas que filmam curtas punks são putas.

E tem que, as vezes, ser verborrágico e arrogante como o Glauber. Outras vezes sentir muita tristeza e ficar bem quietinho falando com as pessoas que nunca vão te ouvir num monólogo
solitário.

E tem que saber que depois que seu filme passar vai rolar um mar constrangedor de silencios. E quando as luzes acenderem as pessoas vão te olhar esquisito. Alguém sempre vai dizer que tem medo de você. E alguém sempre vai dizer que odeia você. Mas alguém sempre vai querer transar com você porque cinema desconstrução, no fundo, é tri pop e muito roquenrou.

Entretanto, a única coisa que fica sempre igual nos manifestos descontrução, que todos os desconstruidos do universo devem usar no final, quando tudo estiver perdido e você não tiver uma chance de dizer que não fez por mal mas por paixão e por que você não pode mentir,
é o seguinte:

VIVA O ERRO E FAÇA UM FILME ESQUISITO!

biAh weRTHer
orgulhosa realizadora de cinema desconstrução

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