quarta-feira, 11 de novembro de 2009

INB esconde vazamento de urânio em Caetité (BA)


Moradores denunciam vazamento de 30 mil litros de concentrado de urânio em Caetité (BA).

10 de Novembro de 2009

De acordo com denúncias encaminhadas ao Greenpeace, 30 mil litros de concentrado de urânio podem ter contaminado solo e água dos arredores da mina

Moradores de Caetité (BA) - onde está situada a mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que abastece as usinas Angra I e II - procuraram o Greenpeace ontem (9/11) para denunciar o vazamento de 30 mil litros de concentrado de urânio. De acordo com informações levantadas pela própria comunidade, o vazamento teria atingido 200 metros de profundidade e pode ter contaminado rios e lençóis freáticos. A operação da mina, ainda segundo os moradores, está suspensa.

Procurada pelo Greenpeace, a assessoria de comunicação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão governamental responsável pela fiscalização das atividades nucleares no país, disse que o vazamento aconteceu no dia 28 de outubro. A assessoria, no entanto, não informou detalhes sobre os impactos e as medidas que serão tomadas. A INB não quis se pronunciar.

“Como nos vazamentos anteriores, esse acidente expõe a fragilidade da segurança nuclear e a falta de transparência dessa indústria. O acidente aconteceu há 13 dias e até agora ainda não há uma posição oficial da INB e da CNEN”, diz André Amaral, coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace. “A população ainda não sabe a extensão da contaminação do solo, da água e quais os riscos para os moradores da redondeza.”

Essa falta de transparência vem se repetindo em todos os casos de vazamento e outros assuntos relacionados à produção de energia nuclear. No ano passado, o Greenpeace denunciou a contaminação da água de poços localizados em propriedades rurais no entorno da mina de Caetité. Até agora, não foram feitas análises complexas da água na zona de influência da mina e a população continua sem saber a qualidade da água que bebe.


Veja abaixo outros casos de vazamento:




Fonte: http://www.greenpeace.org/brasil

Um comentário:

EdfromGoloka disse...

INB é obrigada a pagar 1 milhão por vazamento omitido

Mais uma vez, a Indústrias Nucleares do Brasil S/A - INB, empresa que explora a mina de urânio no município de Caetité, foi autuada pelo Ibama por descumprimento de condicionante da Licença Ambiental (condicionante 1.4 da Licença de Operação nº 274 de 2002), que determina o imediato informe ao órgão de qualquer acidente ocorrido no empreendimento. Por este motivo, a INB foi multada no valor de R$ 1 milhão.

O Acidente, denunciado pelo Greenpeace, foi escondido durante dias. A INB, após a nossa denúncia, se viu obrigada a manifestar-se. Alegou ter vazado apenas solvente orgânico e não ter havido nenhuma contaminação.

O IBAMA vistoriou o local no dia 18/11, mais de 20 dias após o vazamento.

De acordo com o relatório técnico, a equipe constatou a efetividade do vazamento do solvente orgânico contendo urânio, que transbordou dos tanques de processamento para a caixa de brita. Devido à forte chuva, esse material transbordou ainda para o sistema de drenagem das águas pluviais, atingindo a canaleta de drenagem, que direciona a água para a Barragem do Córrego do Engenho.

Como resultado, constatou-se a contaminação de 15 metros cúbicos de material (terra e brita), retirado da caixa de brita, e 33 metros cúbicos de solo contaminado da canaleta de drenagem.

Ou seja, diferentemente do que veiculou a INB, houve sim contaminação e houve também vazamento de urânio.

O Ibama também notificou a empresa a apresentar relatório detalhado sobre o acidente na Unidade de Concentração de Urânio – URA. Fica no ar a questão: Se a INB tentou esconder o vazamento, será que apresentará um relatório que apresente dados verdadeiros e contundentes sobre o vazamento de seu próprio empreendimento??

Semana passada, dia 16/11, ocorreu outro acidente, que também não foi comunicado ao IBAMA. Este porém, não recebeu nem um tipo de autuação, pois apesar do descumprimento, foi considerado de pequenas proporções pelos técnicos do IBAMA.

http://www.greenblog.org.br/?p=3236