Materializadas em bits toxinas neurais trazidas pelos ventos daquilo que simplesmente é. Isto é nada se não for para o Todo.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
ARRAIÁ DA OCUPAÇÃO !!!!!
DIA 30 DE JUNHO DE 2007
HORÁRIO: DAS 16:00 AS 22:00 HS
COMIDAS TÍPICAS E ATIVIDADES FOLCLÓRICAS.
DELÍCIAS DO MILHO VERDE.
BAR COM BEBIDAS DA TRADIÇÃO: VINHO QUENTE E QUENTÃO.
PROGRAMAÇÃO HISTÓRICA DA MUSICA BRASILEIRA.
COM ENTRADA LIBERADA, MAS PEDIMOS A COLABORAÇÃO DE TODOS OS QUE FOREM
VISITAR O ESPAÇO ( LIVROS, 1 KL DE ALIMENTO, IDÉIAS PRODUTIVAS...)
O LOCAL: CENTRO SOCIAL DE CULTURA LIMA BARRETO/ SQUATT SARAVÁ
RUA DAS MARRECAS Nº43 LAPA CENTRO ( PERTO DA BOATE SIX)
COMPAREÇAM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Viva o Pan Americano!
O PAN para gringo ver
O Governo do Estado do Rio de Janeiro está gastando uma fortuna para a realização do Pan Americano. As obras estão sendo realizadas para todas as modalidades esportivas. Conjuntos de apartamentos estão sendo erguidos para a 'acomodação dos atletas'; um estádio de arquitetura faraônica no subúrbio; tanto o Maracanâ quanto o Maracanazinho estão sendo reformados; tiro ao alvo na Vila Militar etc.
Enquanto isso o sistema de saúde está completamente falido, o povo sem acesso a medicamentos e atendimento médico de qualidade e os profissionais da saúde sofrendo com os baixos salários.
O sistema educacional encontra-se a beira do colapso onde alunos têm dificuldades para comprar seus uniformes, se deslocar ao colégio ou até mesmo terem aulas (vide a atual invasão da polícia no Morro do Alemão onde há mais de vinte dias milhares de crianças não podem ir à escola).
Os funcionários públicos não recebem o benefício do ticket-refeição há vários meses e a corrupção campeia diáriamente nos noticiários.
As prioridades dos governantes não são definidas pelas necessidades populares. Enquanto isso se constroem grandes condomínios na Barra da Tijuca e Jacarepagüa com o dinheiro do povo.
As favelas se expandem descontroladamente...
É HORA DE DAR UM BASTA!
ESTA DEMOCRACIA É UMA FARSA!
veja também o link:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/06/386626.shtml
O Governo do Estado do Rio de Janeiro está gastando uma fortuna para a realização do Pan Americano. As obras estão sendo realizadas para todas as modalidades esportivas. Conjuntos de apartamentos estão sendo erguidos para a 'acomodação dos atletas'; um estádio de arquitetura faraônica no subúrbio; tanto o Maracanâ quanto o Maracanazinho estão sendo reformados; tiro ao alvo na Vila Militar etc.
Enquanto isso o sistema de saúde está completamente falido, o povo sem acesso a medicamentos e atendimento médico de qualidade e os profissionais da saúde sofrendo com os baixos salários.
O sistema educacional encontra-se a beira do colapso onde alunos têm dificuldades para comprar seus uniformes, se deslocar ao colégio ou até mesmo terem aulas (vide a atual invasão da polícia no Morro do Alemão onde há mais de vinte dias milhares de crianças não podem ir à escola).
Os funcionários públicos não recebem o benefício do ticket-refeição há vários meses e a corrupção campeia diáriamente nos noticiários.
As prioridades dos governantes não são definidas pelas necessidades populares. Enquanto isso se constroem grandes condomínios na Barra da Tijuca e Jacarepagüa com o dinheiro do povo.
As favelas se expandem descontroladamente...
É HORA DE DAR UM BASTA!
ESTA DEMOCRACIA É UMA FARSA!
veja também o link:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/06/386626.shtml
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Traços do pensamento Transcendentalista
-Definidos em "The Transcendentalist", de Ralph Waldo Emerson:
1. Respeito pelas intuições;
2. Abstenção de trabalho e competição;
3. Busca de um estilo de vida solitário e crítico;
4. Consciência da desproporção entre as habilidades de um homem e o trabalho causado por elas;
5.Evitar influências;
6. Evitar a sociedade em geral;
7. Apreciação pela natureza, pelo seu simbolismo;
8. Vida em ambientes rurais;
9. Trabalhar e divertir-se em solidão;
10. Ter paixão pelo extraordinário;
11. Não é boa para cidadãos ou membros da sociedade;
12. Felicidade, afeição, suscetível a ser amado;
13. Exigência com a natureza;
14. Desapontamento com a humanidade;
15. Sociável;
16. Unir beleza e poder;
17. Idealismo;
18. Amitir as limitações dos sentidos;
19. Respeitar o governo só se este defende as leis de suas mentes;
20. A realidade se origina de um "centro desconhecido" dentro de cada um de nós;
21. Rejeitar doutrinas espirituais;
22. Não se engajar em atividades públicas, como missões religiosas ou votar;
23. Morto ou paralisado em essência;
24. Rejeita a rotina pois não há muita virtude nela;
25. Constantemente esperando ordens divinas;
26. Amantes da sociedade;
27. Desdém pela educação organizada.
1. Respeito pelas intuições;
2. Abstenção de trabalho e competição;
3. Busca de um estilo de vida solitário e crítico;
4. Consciência da desproporção entre as habilidades de um homem e o trabalho causado por elas;
5.Evitar influências;
6. Evitar a sociedade em geral;
7. Apreciação pela natureza, pelo seu simbolismo;
8. Vida em ambientes rurais;
9. Trabalhar e divertir-se em solidão;
10. Ter paixão pelo extraordinário;
11. Não é boa para cidadãos ou membros da sociedade;
12. Felicidade, afeição, suscetível a ser amado;
13. Exigência com a natureza;
14. Desapontamento com a humanidade;
15. Sociável;
16. Unir beleza e poder;
17. Idealismo;
18. Amitir as limitações dos sentidos;
19. Respeitar o governo só se este defende as leis de suas mentes;
20. A realidade se origina de um "centro desconhecido" dentro de cada um de nós;
21. Rejeitar doutrinas espirituais;
22. Não se engajar em atividades públicas, como missões religiosas ou votar;
23. Morto ou paralisado em essência;
24. Rejeita a rotina pois não há muita virtude nela;
25. Constantemente esperando ordens divinas;
26. Amantes da sociedade;
27. Desdém pela educação organizada.
Entrevista com Luis Galvão
PEQUENA SABATINA AO ARTISTA
Por Neuzamaria Kerner
Era 1969. No palco do Teatro Vila Velha (Salvador – Ba) duas meninas com os corpos pintados de branco faziam vôos rasantes sobre a platéia, sentadas em balanços. A luz negra incidia sobre as meninas do balanço, deixando que seus corpos brilhassem, enquanto o som de guitarras e bateria, acompanhavam o coro dos artistas no palco: “É barra, Lúcifer!”
O espetáculo? Desembarque dos bichos depois do dilúvio. Participantes? Os ilustres desconhecidos, estranhos, radicais e acintosos: Luiz Dias Galvão, Antonio Carlos de Moraes Pires Moreira, Paulo Roberto de Figueiredo, Bernadete Dinorá de Carvalho Cidade, e, ainda, Pedro Aníbal de Oliveira Gomes, Jorginho, Carlinhos e Lico. À exceção de Bernadete, todos baianos. Foi o início dos Novos Baianos.
Na platéia, não se distinguia bem o que cantavam, mas isso não importava muito, visto que a maioria do pessoal acompanhava o ritmo pulando e gritando. No dia seguinte, um crítico baiano afirmaria: “Se isso for arte, eu me suicido”. Será que ele cometeu suicídio?
É 2007. Numa conversa com o Diversos Afins, Galvão, poeta e mentor do grupo, disse ser um dos inventores dos Novos Baianos. Claro, os outros eram os “rípis” de Salvador: Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil) e Pepeu Gomes.
DA – Você sempre foi considerado o poeta e líder do grupo ainda em Juazeiro. Você se sentia líder mesmo do grupo?
GALVÃO – Eu, embora já tivesse cantando no banheiro lá em Juazeiro e nos ensaios do grupo de Valter Santos, um ex-componente do grupo de João Gilberto, preferi não contar isso e fiquei de poeta e diretor. Só agora que estou cantando a pedido de João Gilberto. Lá (em Juazeiro), eu e o maior poeta da terra, Pedro Raymundo Rodrigues Rego, um arquiteto que era a própria poesia, mas só teve um livro publicado pós-morte, não corríamos da responsa. Dava entrevistas em nome do grupo, a pedido de todos, mas quando o assunto era música, eu ouvia quem sabia mais.
DA – Depois de seu encontro com Moraes Moreira saiu logo a Preta Pretinha que hoje é uma espécie de hino da Bahia?
GALVÃO – Não. Saíram Ferro na Boneca, Colégio de Aplicação e outras do LP Ferro na Boneca e ainda algumas que nunca foram gravadas. Três Letrinhas nasceu ali e só foi gravada agora por Marisa Monte. Essa música foi feita nos primeiros 12 dias em que eu e Moraes nos conhecemos, mas como éramos mais roqueiros do que qualquer coisa, não a gravamos no primeiro LP e no segundo esquecemos dela. Leilinha, mulher do Dadi (baixista que passou a fazer parte dos Novos Baianos) ouvira nos anos 70, lá no apartamento de Botafogo, e recentemente cantarolou um tantinho para Marisa que se encantou. Leilinha me telefonou e eu não lembrava que tinha aquela música, mas lembrei da letra e Moraes também lembrou, inclusive da música.
DA – Vocês são considerados até hoje como um grupo revolucionário da MPB. O que você diz sobre isso?
GALVÃO – O que é evolucionário e até mesmo revolucionário nunca deixa de ser, pode ser superado, mas não vejo nada pronto naquele nível. Veja, por exemplo, Os Mutantes, com Zélia Duncan e Arnaldo, bem aquém do que eram, e estão acontecendo mais do que qualquer coisa. Nós fomos revolucionários quando rompemos tabus, jogamos sal no café da mediocridade da própria mídia dos anos 70 e esculhambamos o dinheiro. Mas também fomos evolucionários quando recompomos a boa música brasileira.
DA – E seu encontro com Pepeu confirmou essa revolução?
GALVÃO – Sim. Pepeu, com a musicalidade adquirida de sua mãe, no grupo, enriqueceu a modernidade musical através da guitarra tocada com o pique Hendrix, com o dedo de João Gilberto.
DA – Hoje a divulgação é muito grande, a mídia é mais poderosa, o dinheiro corre mais solto para que se divulgue bem...
GALVÃO – A mídia, "Buche" lá e cá e em qualquer lugar. Nos anos 70 Preta Pretinha ficou 8 meses em primeiro lugar sem pagar um tostão, mas João Araújo, o pai de Cazuza, era o nosso produtor, gostava de música e não havia ainda o domínio da molequeira tocativa.
DA – Recentemente você fez um show em São Paulo. E aí?
GALVÃO – Foi em 28 e 29 de outubro do ano passado e tava lá Baby, Davi Moraes (filho de Moraes Moreira), Emanuelle Araújo (doméstica na novela Pé na Jaca e está no filme Ó paí ó) e Peu Souza que foram os convidados. O público foi maravilhoso e como o show era inédito e eu o considero novo, diferentão, ficou marcado em algumas pessoas.
Por Neuzamaria Kerner
Era 1969. No palco do Teatro Vila Velha (Salvador – Ba) duas meninas com os corpos pintados de branco faziam vôos rasantes sobre a platéia, sentadas em balanços. A luz negra incidia sobre as meninas do balanço, deixando que seus corpos brilhassem, enquanto o som de guitarras e bateria, acompanhavam o coro dos artistas no palco: “É barra, Lúcifer!”
O espetáculo? Desembarque dos bichos depois do dilúvio. Participantes? Os ilustres desconhecidos, estranhos, radicais e acintosos: Luiz Dias Galvão, Antonio Carlos de Moraes Pires Moreira, Paulo Roberto de Figueiredo, Bernadete Dinorá de Carvalho Cidade, e, ainda, Pedro Aníbal de Oliveira Gomes, Jorginho, Carlinhos e Lico. À exceção de Bernadete, todos baianos. Foi o início dos Novos Baianos.
Na platéia, não se distinguia bem o que cantavam, mas isso não importava muito, visto que a maioria do pessoal acompanhava o ritmo pulando e gritando. No dia seguinte, um crítico baiano afirmaria: “Se isso for arte, eu me suicido”. Será que ele cometeu suicídio?
É 2007. Numa conversa com o Diversos Afins, Galvão, poeta e mentor do grupo, disse ser um dos inventores dos Novos Baianos. Claro, os outros eram os “rípis” de Salvador: Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil) e Pepeu Gomes.
DA – Você sempre foi considerado o poeta e líder do grupo ainda em Juazeiro. Você se sentia líder mesmo do grupo?
GALVÃO – Eu, embora já tivesse cantando no banheiro lá em Juazeiro e nos ensaios do grupo de Valter Santos, um ex-componente do grupo de João Gilberto, preferi não contar isso e fiquei de poeta e diretor. Só agora que estou cantando a pedido de João Gilberto. Lá (em Juazeiro), eu e o maior poeta da terra, Pedro Raymundo Rodrigues Rego, um arquiteto que era a própria poesia, mas só teve um livro publicado pós-morte, não corríamos da responsa. Dava entrevistas em nome do grupo, a pedido de todos, mas quando o assunto era música, eu ouvia quem sabia mais.
DA – Depois de seu encontro com Moraes Moreira saiu logo a Preta Pretinha que hoje é uma espécie de hino da Bahia?
GALVÃO – Não. Saíram Ferro na Boneca, Colégio de Aplicação e outras do LP Ferro na Boneca e ainda algumas que nunca foram gravadas. Três Letrinhas nasceu ali e só foi gravada agora por Marisa Monte. Essa música foi feita nos primeiros 12 dias em que eu e Moraes nos conhecemos, mas como éramos mais roqueiros do que qualquer coisa, não a gravamos no primeiro LP e no segundo esquecemos dela. Leilinha, mulher do Dadi (baixista que passou a fazer parte dos Novos Baianos) ouvira nos anos 70, lá no apartamento de Botafogo, e recentemente cantarolou um tantinho para Marisa que se encantou. Leilinha me telefonou e eu não lembrava que tinha aquela música, mas lembrei da letra e Moraes também lembrou, inclusive da música.
DA – Vocês são considerados até hoje como um grupo revolucionário da MPB. O que você diz sobre isso?
GALVÃO – O que é evolucionário e até mesmo revolucionário nunca deixa de ser, pode ser superado, mas não vejo nada pronto naquele nível. Veja, por exemplo, Os Mutantes, com Zélia Duncan e Arnaldo, bem aquém do que eram, e estão acontecendo mais do que qualquer coisa. Nós fomos revolucionários quando rompemos tabus, jogamos sal no café da mediocridade da própria mídia dos anos 70 e esculhambamos o dinheiro. Mas também fomos evolucionários quando recompomos a boa música brasileira.
DA – E seu encontro com Pepeu confirmou essa revolução?
GALVÃO – Sim. Pepeu, com a musicalidade adquirida de sua mãe, no grupo, enriqueceu a modernidade musical através da guitarra tocada com o pique Hendrix, com o dedo de João Gilberto.
DA – Hoje a divulgação é muito grande, a mídia é mais poderosa, o dinheiro corre mais solto para que se divulgue bem...
GALVÃO – A mídia, "Buche" lá e cá e em qualquer lugar. Nos anos 70 Preta Pretinha ficou 8 meses em primeiro lugar sem pagar um tostão, mas João Araújo, o pai de Cazuza, era o nosso produtor, gostava de música e não havia ainda o domínio da molequeira tocativa.
DA – Recentemente você fez um show em São Paulo. E aí?
GALVÃO – Foi em 28 e 29 de outubro do ano passado e tava lá Baby, Davi Moraes (filho de Moraes Moreira), Emanuelle Araújo (doméstica na novela Pé na Jaca e está no filme Ó paí ó) e Peu Souza que foram os convidados. O público foi maravilhoso e como o show era inédito e eu o considero novo, diferentão, ficou marcado em algumas pessoas.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Nescau de Chocolate Branco
PREMA
0606070130am
primavera
primeiro verão
verão
outono
ou tom
inverno
verão
inverão
outro um
primeiro inverno
verão
outro tom
outro ano
outro verbo
fora
BEBÊ MATE
0706070430am
nove meses
de degustação
testes
e mais testes
chá preto
cafeína
e a menta verde
pra quebrar
se o sangue
é o que se bebe
e o que nutre o feto
tanto mate
tanto faz
insere o bebê
refresca e mais
agüenta a juventude
MEU PAPO COM POMPÉIA
080607
baldinho sem boldinho
a rede tinha um buraco
leite com chocolate às duas na Lapa
não a carne morta
opção por gergelim, queijo com pão
e pimenta, lentilha
cama feliz não tem pernas
Polly Jean com Zappa
be fun! be fun!
White Tail e Blue Pine
30 pra lá e 30 pra cá
em 15, 0 200 e o 245 Bokel
quando um atende o outro está ligando.
...
IMBECIL DE CARNE E PEDRA
1206070130am
tempo além da bondade
cachorro Ed
curso atrasado
imbecil alegre
imbecil triste
pessoas
pedras
Paris imbecil
otimista
pessimista
pai
irmão
amiga que posso pegar
;;;
cabe mais 1.
0606070130am
primavera
primeiro verão
verão
outono
ou tom
inverno
verão
inverão
outro um
primeiro inverno
verão
outro tom
outro ano
outro verbo
fora
BEBÊ MATE
0706070430am
nove meses
de degustação
testes
e mais testes
chá preto
cafeína
e a menta verde
pra quebrar
se o sangue
é o que se bebe
e o que nutre o feto
tanto mate
tanto faz
insere o bebê
refresca e mais
agüenta a juventude
MEU PAPO COM POMPÉIA
080607
baldinho sem boldinho
a rede tinha um buraco
leite com chocolate às duas na Lapa
não a carne morta
opção por gergelim, queijo com pão
e pimenta, lentilha
cama feliz não tem pernas
Polly Jean com Zappa
be fun! be fun!
White Tail e Blue Pine
30 pra lá e 30 pra cá
em 15, 0 200 e o 245 Bokel
quando um atende o outro está ligando.
...
IMBECIL DE CARNE E PEDRA
1206070130am
tempo além da bondade
cachorro Ed
curso atrasado
imbecil alegre
imbecil triste
pessoas
pedras
Paris imbecil
otimista
pessimista
pai
irmão
amiga que posso pegar
;;;
cabe mais 1.
ANARQUISMO na web
sites com livros libertarios, anarquistas, anticultura, etc... de graça é logiko: www.4shared.com/dir/266199/301ef3ea/sharing.html
Coletivo de estudos Anarkistas: www.nodo50.org/insurgentes/, http://insurgentes.vilabol.uol.com.br/passos.htm
Anarquia:www.anarquia.oi.com.br/
Núcleo de Sociabilidade Libertaria:www.nu-sol.org/
Biblioteca Virtual Revolucionaria: www.geocities.com/autonomiabvr/
Projeto Periferia: www.geocities.com/projetoperiferia/
Ponto de vista: www.pontodevista.jor.br/
Outros Autores y titulos variados: www.4shared.com/dir/35714/f4c0e324/sharing.html
Cultura Brasil: www.culturabrasil.pro.br
eBooksBrasil: www.ebooksbrasil.org/nacionais
blogger "revolucionario": www.ervadaninha.blogger.com.br/,
http://www.rizoma.net/hp03.htm,
http://www.bizine.tk/,
fonte: amigo virtual.
Coletivo de estudos Anarkistas: www.nodo50.org/insurgentes/, http://insurgentes.vilabol.uol.com.br/passos.htm
Anarquia:www.anarquia.oi.com.br/
Núcleo de Sociabilidade Libertaria:www.nu-sol.org/
Biblioteca Virtual Revolucionaria: www.geocities.com/autonomiabvr/
Projeto Periferia: www.geocities.com/projetoperiferia/
Ponto de vista: www.pontodevista.jor.br/
Outros Autores y titulos variados: www.4shared.com/dir/35714/f4c0e324/sharing.html
Cultura Brasil: www.culturabrasil.pro.br
eBooksBrasil: www.ebooksbrasil.org/nacionais
blogger "revolucionario": www.ervadaninha.blogger.com.br/,
http://www.rizoma.net/hp03.htm,
http://www.bizine.tk/,
fonte: amigo virtual.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
UAM ... na web.
Como demonstração de que o Linux é uma revirada na merda da tecnologia, apresento parte do meu espetáculo iniciado com o ruindous e finalizado sendo com o Ubuntu.
Esse pedaço é teste para o que realmente será a introdução do vídeo 'Um Aspecto Matrimônial'
:
http://www.youtube.com/watch?v=CFUvzbou8ao
Esta é a sequência 'vestido':
http://www.youtube.com/watch?v=v-tF2NOTrxY
conforme for acrescentando qqr coisa, edito essa publicação;
Esse pedaço é teste para o que realmente será a introdução do vídeo 'Um Aspecto Matrimônial'
:
http://www.youtube.com/watch?v=CFUvzbou8ao
Esta é a sequência 'vestido':
http://www.youtube.com/watch?v=v-tF2NOTrxY
conforme for acrescentando qqr coisa, edito essa publicação;
quarta-feira, 6 de junho de 2007
01-06-07
OU SEJA, 77
uma trava.
a página não totalmente em branco.
um obstáculo, vários, aplausos
uma palavra
as curvas da biblioteca em bandeiras
ao contrário, altos, reticentes
mais avesso
mais percalços, devaneios; viu?
era pra escrever
o dia de hoje e memórias
não essa brincadeira, das palavras, sim o título.
era para pensar
o tempo não é importante aqui
uma mrdanga, kartala e berimbau.
era ontem
os conselhos, as reuniões, a ação direta.
um LP de 1 - real, não CD de 25. ( Syd's music.)
...
II
Inexistente
...
III
O Q N9 REPRESENTA?
o onírico
a possibilidade
querer muito que ele seja
um pouco mais eu.
o corpo. é! ignorância?
paixão. tempo. primeiras vezes.
vivendo um sonho conquistado
mas não sozinho.
...
IV
CAPOEIRA
luta contra a opressão.
muito mais que isso.
vem da áfrica negra
contra a escravidão
luta anarquista única e diversa
e na mente bob's e Krsna
...
V
RASA SAMA NANA
Não sou Krsna
e sou
Não sou negro
e também sou
A batida
a música
as letras
a mente.
a velocidade da mente
o entorpecimento dela
e a busca
pelo equilibrio
Vide Rl10.
...
VI
minha filha
o moreno de caê
a perfeição
e a hora de parar
o esquilo (RL00) passou por aqui.
assoprei o saco de mercado
e a pimenta no meu olho direito
uma trava.
a página não totalmente em branco.
um obstáculo, vários, aplausos
uma palavra
as curvas da biblioteca em bandeiras
ao contrário, altos, reticentes
mais avesso
mais percalços, devaneios; viu?
era pra escrever
o dia de hoje e memórias
não essa brincadeira, das palavras, sim o título.
era para pensar
o tempo não é importante aqui
uma mrdanga, kartala e berimbau.
era ontem
os conselhos, as reuniões, a ação direta.
um LP de 1 - real, não CD de 25. ( Syd's music.)
...
II
Inexistente
...
III
O Q N9 REPRESENTA?
o onírico
a possibilidade
querer muito que ele seja
um pouco mais eu.
o corpo. é! ignorância?
paixão. tempo. primeiras vezes.
vivendo um sonho conquistado
mas não sozinho.
...
IV
CAPOEIRA
luta contra a opressão.
muito mais que isso.
vem da áfrica negra
contra a escravidão
luta anarquista única e diversa
e na mente bob's e Krsna
...
V
RASA SAMA NANA
Não sou Krsna
e sou
Não sou negro
e também sou
A batida
a música
as letras
a mente.
a velocidade da mente
o entorpecimento dela
e a busca
pelo equilibrio
Vide Rl10.
...
VI
minha filha
o moreno de caê
a perfeição
e a hora de parar
o esquilo (RL00) passou por aqui.
assoprei o saco de mercado
e a pimenta no meu olho direito
suposto zine BG XI
o não nascido
essa não existência material
estou cansado dessa posição ingrata
modo da bondade: juizo perfeito (compreensão)
...
ATIVIDADES
(KARMA)
Nama Om!
o karma não é eterno
a consciência não surge da matéria
atualmente ela é contaminada
a liberdade é da
consciencia material
a original é ISVARA
Ela mantém este
mundo ilusório
sou um cooperador
o estômago é nossa
raíz
inferior
como uma parcela
infinitezimal
visão reduzida de mundo
...
PROPÓSITO
os seres humanos
o mundo cósmico
o tempo eterno
e as atividades
formam o todo atrativo
purusottama acima
dos raios do sol
...
FIGUEIRA-DE-BENGALA
de galho em galho
os hinos védicos elevatórios
são suas folhas
as raízes crescem
para cima
os frutos
religião
desenvolvimento econômico
gozo e liberação
árvore refletida na água
este planeta não pertence à raça humana
família, sociedade, nação
o que é e o que não é
realmente meu?
felidade, sofrimento
prazer, dor
eliminando a adulteração
fixa-se na
refugência
brilhante
e o serviço
dentro da
energia
interna
é
livre
da
es
cu
ri
dão.
...
APAURUSEYA
palavra desinfectada
dos quatro defeitos
palavras da pessoa
mundana que
comete erros
está invariavelmente
iludida
tem a tendência
de enganar os outros
é limitada
por sentidos imperfeitos
dessa maneira
é impossível
transmitir informações
védicas (nem ou querem)
aceitar somente aquilo
a cota para sua manutenção
inteligência suficiente para entender
a importância da vida humana
o destino está além desse céu material
forma eterna,
ocupação eterna da entidade vida:
(aquilo que não tem começo nem fim)
essa não existência material
estou cansado dessa posição ingrata
modo da bondade: juizo perfeito (compreensão)
...
ATIVIDADES
(KARMA)
Nama Om!
o karma não é eterno
a consciência não surge da matéria
atualmente ela é contaminada
a liberdade é da
consciencia material
a original é ISVARA
Ela mantém este
mundo ilusório
sou um cooperador
o estômago é nossa
raíz
inferior
como uma parcela
infinitezimal
visão reduzida de mundo
...
PROPÓSITO
os seres humanos
o mundo cósmico
o tempo eterno
e as atividades
formam o todo atrativo
purusottama acima
dos raios do sol
...
FIGUEIRA-DE-BENGALA
de galho em galho
os hinos védicos elevatórios
são suas folhas
as raízes crescem
para cima
os frutos
religião
desenvolvimento econômico
gozo e liberação
árvore refletida na água
este planeta não pertence à raça humana
família, sociedade, nação
o que é e o que não é
realmente meu?
felidade, sofrimento
prazer, dor
eliminando a adulteração
fixa-se na
refugência
brilhante
e o serviço
dentro da
energia
interna
é
livre
da
es
cu
ri
dão.
...
APAURUSEYA
palavra desinfectada
dos quatro defeitos
palavras da pessoa
mundana que
comete erros
está invariavelmente
iludida
tem a tendência
de enganar os outros
é limitada
por sentidos imperfeitos
dessa maneira
é impossível
transmitir informações
védicas (nem ou querem)
aceitar somente aquilo
a cota para sua manutenção
inteligência suficiente para entender
a importância da vida humana
o destino está além desse céu material
forma eterna,
ocupação eterna da entidade vida:
(aquilo que não tem começo nem fim)
terça-feira, 5 de junho de 2007
Milagre do Natal - Lima Barreto
O BAIRRO DO ANDARAÍ é muito triste e muito úmido. As montanhas que enfeitam a nossa cidade, aí tomam maior altura e ainda conservam a densa vegetação que as devia adornar com mais força em tempos idos. O tom p1úmbeo das árvores como que enegrece o horizonte e torna triste o arrabalde.
Nas vertentes dessas mesmas montanhas, quando dão para o mar, este quebra a monotonia dó quadro e o sol se espadana mais livremente, obtendo as cousas humanas, minúsculas e mesquinhas, uma garridice e uma alegria que não estão nelas, mas que sê percebem nelas. As tacanhas casas de Botafogo se nos afigura assim; as bombásticas "vilas" de Copacabana, também; mas, no Andaraí, tudo fica esmagado pela alta montanha e sua sombria vegetação.
Era numa rua desse bairro que morava Feliciano Campossolo Nunes, chefe de secção do Tesouro Nacional, ou antes e melhor: subdiretor. A casa era própria e tinha na cimalha este dístico pretensioso: "Vila Sebastiana". O gosto da fachada, as proporções da casa não precisam ser descritas: todos conhecem um e as outras. Na frente, havia um jardinzinho que se estendia para a esquerda, oitenta centímetros a um metro, além da fachada. Era o vão que correspondia à varanda lateral, quase a correr todo o prédio. Campossolo era um homem grave, ventrudo, calvo, de mãos polpudas e dedos curtos. Não largava a pasta de marroquim em que trazia para a casa os papéis da repartição com o fito de não lê-los; e também o guarda-chuva de castão de ouro e forro de seda. Pesado e de pernas curtas, era com grande dificuldade que ele vencia os dous degraus dos "Minas Gerais" da Light, atrapalhado com semelhantes cangalhas: a pasta e o guarda chuva de " ouro". Usava chapéu de coco e cavanhaque.
Morava ali com sua mulher mais a filha solteira e única, a Mariazinha.
A mulher, Dona Sebastiana, que batizara a vila e com cujo dinheiro a fizeram, era mais alta do que ele e não tinha nenhum relevo de fisionomia, senão um artificial, um aposto. Consistia num pequeno pince-nez de aros de ouro, preso, por detrás da orelha, com trancelim de seda. Não nascera com ele, mas era como se tivesse nascido, pois jamais alguém havia visto Dona Sebastiana sem aquele adendo, acavalado no nariz. fosse de dia, fosse de noite. Ela, quando queria olhar alguém ou alguma cousa com jeito e perfeição, erguia bem a cabeça e toda Dona Sebastiana tomava um entono de magistrado severo.
Era baiana, como o marido, e a Única queixa que tinha do Rio cifrava-se em não haver aqui bons temperos para as moquecas, carurus e outras comidas da Bahia, que ela sabia preparar com perfeição, auxiliada pela preta Inácia, que, com eles. viera do Salvador, quando o marido foi transferido para São Sebastião. Se se oferecia portador, mandava-os buscar; e. quando, aqui chegavam e ela preparava uma boa moqueca, esquecia-se de tudo, até que estará muito longe da sua querida cidade de Tomé de Sousa.
Sua filha, a Mariazinha, não era assim e até se esquecera que por lá nascera: cariocara-se inteiramente. Era uma moça de vinte anos, fina de talhe, poucas carnes, mais alta que o pai, entestando com a mãe, bonita e vulgar. O seu traço de beleza eram os seus olhos de topázio com estilhas negras. Nela, não havia nem invento, nem novidade como - as outras.
Eram estes os habitantes da "Vila Sebastiana" , além de um molecote que nunca era o mesmo. De dous em dous meses, por isso ou por aquilo, era substituído por outro, mais claro ou mais escuro, conforme a sorte calhava.
Em certos domingos, o Senhor Campossolo convidava alguns dos seus subordinados a irem almoçar ou jantar com eles. Não era um qualquer. Ele os escolhia com acerto e sabedoria. Tinha uma filha solteira e não podia pôr dentro de casa um qualquer, mesmo que fosse empregado de fazenda.
Aos que mais constantemente convidava, eram os terceiros escriturários Fortunato Guaicuru e Simplício Fontes, os seus braços direitos na secção. Aquele era bacharel em Direito e espécie de seu secretário e consultor em assuntos difíceis; e o último chefe do protocolo da sua secção, cargo de extrema responsabilidade, para que não houvesse extravio de processos e se acoimasse a sua subdiretoria de relaxada e desidiosa. Eram eles dous os seus mais constantes comensais, nos seus bons domingos de efusões familiares. Demais, ele tinha uma filha a casar e era bom que...
Os senhores devem ter verificado que os pais sempre procuram casar as filhas na classe que pertencem: os negociantes com negociantes ou caixeiros; os militares com outros militares; os médicos com outros médicos e assim por diante. Não é de estranhar, portanto, que o chefe Campossolo quisesse casar sua filha com um funcionário público que fosse da sua repartição e até da sua própria secção.
Guaicuru era de Mato Grosso. Tinha um tipo acentuadamente índio. Malares salientes, face curta, mento largo e duro, bigodes de cerdas de javali, testa fugidia e as pernas um tanto arqueadas. Nomeado para a alfândega de Corumbá, transferira-se para a delegacia fiscal de Goiás. Aí, passou três ou quatro anos, formando-se, na respectiva faculdade de Direito, porque não há cidade do Brasil, capital ou não, em que não haja uma. Obtido o título, passou-se para a Casa da Moeda e, desta repartição, para o Tesouro. Nunca se esquecia de trazer o anel de rubi, à mostra. Era um rapaz forte, de ombros largos e direitos; ao contrário de Simplício que era franzino, peito pouco saliente, pálido, com uns doces e grandes olhos negros e de uma timidez de donzela.
Era carioca e obtivera o seu lugar direitinho, quase sem pistolão e sem nenhuma intromissão de políticos na sua nomeação.
Mais ilustrado, não direi; mas muito mais instruído que Guaicuru, a audácia deste o superava, não no coração de Mariazinha, mas no interesse que tinha a mãe desta no casamento da filha. Na mesa, todas as atenções tinha Dona Sebastiana pelo hipotético bacharel:
- Porque não advoga? perguntou Dona Sebastiana, rindo, com seu quádruplo olhar altaneiro, da filha ao caboclo que, na sua frente e a seu mando, se sentavam juntos.
- Minha senhora, não tenho tempo...
- Como não tem tempo? O Felicianinho consentiria - não é Felicianinho?
Campossolo fazia solenemente :
- Como não, estou sempre disposto a auxiliar a progressividade dos colegas.
Simplício, à esquerda de Dona Sebastiana, olhava distraído para a fruteira e nada dizia. Guaicuru, que não queria dizer que a verdadeira . razão estava em não ser a tal faculdade "reconhecida", negaceava:
- Os colegas podiam reclamar.
Dona Sebastiana acudia com vivacidade :
- Qual o que . O senhor reclamava, Senhor Simplício?
Ao ouvir o seu nome, o pobre rapaz tirava os olhos da fruteira e perguntava com espanto:
- O que, Dona Sebastiana ?
- O senhor reclamaria se Felicianinho consentisse que o Guaicuru saísse, para ir advogar?
- Não.
E voltava a olhar a fruteira, encontrando-se rapidamente com os olhos de topázio de Mariazinha. Campossolo continuava a comer e Dona Sebastiana insistia:
- Eu, se fosse o senhor ia advogar.
- Não posso. Não é só a repartição que me toma o tempo. Trabalho em um livro de grandes proporções.
Todos se espantaram. Mariazinha olhou Guaicuru; Dona Sebastiana levantou mais a cabeça com pince-nez e tudo; Simplício que, agora, contemplava esse quadro célebre nas salas burguesas, representando uma ave, dependurada pelas pernas e faz pendant com a ceia do Senhor - Simplício, dizia, cravou resolutamente o olhar sobre o colega, e Campossolo perguntou:
- Sobre o que trata?
- Direito administrativo brasileiro.
Campossolo observou:
- Deve ser uma obra de peso.
- Espero.
Simplício continuava espantado, quase estúpido a olhar Guaicuru. Percebendo isto, o mato-grossense apressou-se:
- Você vai ver o plano. Quer ouvi-lo ?
Todos, menos Mariazinha, responderam, quase a um tempo só:
- Quero.
O bacharel de Goiás endireitou o busto curto na cadeira e começou:
- Vou entroncar o nosso Direito administrativo no antigo Direito administrativo português. Há muita gente que pensa que no antigo regímen não havia um Direito administrativo. Havia. Vou estudar o mecanismo do Estado nessa época, no que toca a Portugal. V ou ver as funções dos ministros e dos seus subordinados, por intermédio de letra-morta dos alvarás, portarias, cartas régias e mostrarei então como a engrenagem do Estado funcionava; depois, verei como esse curioso Direito público se transformou, ao influxo de concepções liberais; e, como ele transportado para aqui com Dom João VI, se adaptou ao nosso meio, modificando-se aqui ainda, sob o influxo das idéias da Revolução.
Simplício, ouvindo-o falar assim dizia com os seus botões: "Quem teria ensinado isto a ele?"
Guaicuru, porém, continuava:
- Não será uma seca enumeração de datas e de transcrição de alvarás, portarias, etc. Será uma cousa inédita. Será cousa viva.
Por aí, parou e Campossolo com toda a gravidade disse:
- V ai ser uma obra de peso.
- Já tenho editor!
- Quem é? perguntou o Simplício.
- É o Jacinto. Você sabe que vou lá todo o dia, procurar livros a respeito.
- Sei; é a livraria dos advogados, disse Simplício sem querer sorrir.
- Quando pretende publicar a sua obra, doutor? perguntou Dona Sebastiana.
- Queria publicar antes do Natal. porque as promoções serão feitas antes do Natal, mas...
- Então há mesmo promoções antes do Natal, Felicianinho ?
O marido respondeu:
- Creio que sim. O gabinete já pediu as propostas e eu já dei as minhas ao diretor.
- Devias ter-me dito, ralhou-lhe a mulher.
- Essas cousas não se dizem às nossas mulheres; são segredos de Estado, sentenciou Campossolo.
O jantar foi. acabando triste, com essa história de promoções para o Natal.
Dona Sebastiana quis ainda animar a conversa, dirigindo-se ao marido:
- Não queria que me dissesses os nomes, mas pode acontecer que seja o promovido o doutor Fortunato ou... O "Seu" Simplício, e eu estaria prevenida para a uma "festinha".
Foi pior. A tristeza tornou-se mais densa e quase calados tomaram café.
Levantaram-se todos com o semblante anuviado, exceto a boa Mariazinha, que procurava dar corda à conversa. Na sala de visitas, Simplício ainda pôde olhar mais duas vezes furtivamente os olhos topazinos de Mariazinha, que tinha um sossegado sorriso a banhar-lhe a face toda; e se foi. O colega Fortunato ficou, mas tudo estava tão morno e triste que, em breve, se foi também Guaicuru.
No bonde, Simplício pensava unicamente em duas cousas: no Natal próximo e no "Direito" de Guaicuru. Quando pensava nesta .' perguntava de si para si: "Quem lhe ensinou aquilo tudo? Guaicuru é absolutamente ignorante" Quando pensava naquilo, implorava: "Ah! Se Nosso Senhor Jesus Cristo quisesse..."
Vieram afinal as promoções. Simplício foi promovido porque era muito mais antigo na classe que Guaicuru. O Ministro não atendera a pistolões nem a títulos de Goiás.
Ninguém foi preterido; mas Guaicuru que tinha em gestação a obra de um outro, ficou furioso sem nada dizer.
Dona Sebastiana deu uma consoada à moda do Norte. Na hora da ceia, Guaicuru, como de hábito, ia sentar-se ao lado de Mariazinha, quando Dona Sebastiana, com pince-nez e cabeça, tudo muito bem erguido, chamou-o:
- Sente-se aqui a meu lado, doutor, aí vai sentar-se o "Seu" Simplício.
Casaram-se dentro de um ano; e, até hoje, depois de um lustro de casados ainda teimam.
Ele diz:
- Foi Nosso Senhor Jesus Cristo que nos casou.
Ela obtempera:
- Foi a promoção.
Fosse uma cousa ou outra, ou ambas, o certo é que se casaram. É um fato. A obra de Guaicuru, porém, é que até hoje não saiu...
Careta, Rio, 24-12-1921.
Afonso Henriques de LIMA BARRETO nasceu a 13 de maio de 1881 no Rio de Janeiro. Filho de uma escrava com um português, cursou as primeiras letras em Niterói e depois transferiu-se para o Colégio Pedro II. Em 1897 ingressou no curso de engenharia da Escola Politécnica. Em 1902 abandonou o curso para assumir a chefia e o sustento da família, devido ao enlouquecimento do pai, e empregou-se como amanuense na Secretaria da Guerra. Apesar do emprego público e das várias colaborações no jornais da época lhe darem uma certa estabilidade financeira, Lima Barreto começou a entregar-se ao álcool e a ter profundas crises de depressão. Tudo isso causado pelo preconceito racial. No ano de 1909 fez sua estréia como escritor com o lançamento da obra "Recordações do Escrivão Isaías Caminha" publicada em Portugal. Nessa época, dedicou-se à leitura dos grandes nomes da literatura mundial, dos escritores realistas europeus de seu tempo, tendo sido dos poucos escritores brasileiros a tomar conhecimento e a ler os romancistas russos. Em 1910, fez parte do júri no julgamento dos participantes do episódio chamado "Primavera de sangue", condenando os militares no assassinato de um estudante, sendo por isso preterido, daí para frente, nas promoções na Secretaria da Guerra. Em 1911 escreveu o romance "Triste fim de Policarpo Quaresma", publicado em folhetins no Jornal do Comércio. Apesar do aparente sucesso literário, Lima Barreto não consegue afastar-se do álcool é internado por duas vezes entre os anos de 1914 e 1919. A partir de 1916 começou a militar a favor da plataforma anarquista. Em 1917 publicou um manifesto socialista, que exaltava a Revolução Russa. No ano seguinte, doente e muito fraco, foi aposentado do serviço público e em 1º de novembro de 1922 veio a falecer, vítima de um colapso cardíaco.
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