segunda-feira, 18 de abril de 2005

*CINEMA PENSAR*

Obra audiovisual
Produto da fixação ou transmissão de imagens, com ou sem som, que tem a finalidade de criar a impressão de movimento.

Supérfluo
Aterrorizados para sermos consumidores.
Filme: Surplus
Erik GandiniSuéciaAtmo Media NetworkRepslagargatan 15c11846 - Stockholm - - Sweden46 8 4622690 / gardini@atmo.sewww.sacrificio.se
Sinopse:
A confiança dos consumidores está em baixa desde o 11 de Setembro. Uma guerra bem sucedida contra o Iraque parecia ser a única forma de reconquistar essa confiança (e a nossa felicidade).
Estará no consumo a nossa salvação? Temos uma escolha?
O filme explora, com imagens e música, o tema da reunião do G8 em Gênova (Itália) e então em Cuba, Estados Unidos, Xangai, Suécia e Índia.
Uma odisséia visual intensa filmada ao longo de três anos em oito países. Desde os confrontos explosivos das manifestações em Gênova em 2001 às bonecas para uso sexual de 7000 dólares, Surplus explora a natureza destrutiva da cultura consumista.
Sobre um pano de fundo onde coabitam os líderes mundiais mais cínicos e lideres do pessoal das grandes empresas e fanáticos da Microsoft, o filme foca-se no controverso guru da anti-globalização, John Zerzan, cujo apelo à provocação de danos sobre a propriedade inspirou muita gente à intervenção direta nas ruas. Uma montagem impressionante numa série de imagens de cortar a respiração transforma a noção estatística, segundo a qual 20% da população mundial absorve 80% dos recursos globais, numa intensa experiência emocional.



Atualização do Futuro Primitivo
John Zerzan
Estamos acostumados a fazer sinônimas a inteligência e a cultura simbólica, apesar deste suposto estar claramente em contradição com a historia da existência humana. Da mesma maneira, tentamos medir a inteligência em relação à divisão do trabalho e a domesticação: as marcas da alienação básica.
Estamos descobrindo um pouco mais acerca de uma inteligência que sabemos que viveu com a natureza em vez de dominá-la, sem hierarquia ou violência organizada. (os caçadores de cabeças, o canibalismo, a escravidão, a guerra. Tudo isso apareceu com o começo da agricultura).
Traduzido do espanhol por edp. Também em Re-Evolución!, Asociación Salvajemente Verde (www.anticivilizacion.tk)
Estratégias de dominação
... nossa dificuldade para encontrar as formas de luta adequadas não provém de que ainda ignoramos em que consiste o poder?... o poder é a guerra, a guerra continuada com outros meios ...Michel FoucaultO mundo capitalista, sua expansão e seus limites são construídos sobre a base da concorrência. A concorrência e o incremento constante do lucro, a luta pelo poder, a apropriação ilimitada de recursos de todos os tipos e a confrontação permanente de horizontes políticos e civilizatórios é o motor que estimula o desenvolvimento incessante das forças produtivas e de todos os mecanismos que contribuem para fixar as regras e margens do jogo do poder e para entrar na arena em condições de ganhador.
Trata-se, sem dúvida, de um processo social que, como reconhece experimentadamente George Soros, está longe de responder a leis naturais de comportamento.
Em uma sociedade regida pela concorrência e o conflito, o triunfo próprio e a derrota do adversário constituem seu ethos e o elemento ordenador das relações sociais. Se a aproximação à análise do sistema mundial se faz a partir dos sujeitos em conflito e não de suas expressões coisificadas, é possível perceber o problema da concorrência como um campo de batalha no qual a posição e as estratégias empregadas são os elementos de definição de resultados.
Por fim, "as forças presentes da história não obedecem nem a um destino nem a uma mecânica, e sim ao acaso da luta". (Foucault:1977, p. 20)
Edição do original: Estratégias de dominação e mapas de construção da hegemonia mundial
Ana Esther Ceceña: Cientista social da revista Chiapas e representante do Instituto de Investigaciones Econômicas (UNAM) do México.
Tradução para o português: Maria Lúcia Badejo


situa interMAN
Na sociedade hoje dominante, que produz massivamente tristes pseudo-jogos da não-participação, uma atividade artística verdadeira é forçosamente classificada no campo da criminalidade. É semi-clandestina. Surge na forma de escândalo.
Ao se tornar todo mundo, por assim dizer, situacionista, se verá a uma inflação multidimensional de tendências, de experiências, de "escolas" radicalmente diferentes e isto não já sucessivamente, mas simultaneamente.
Tende naturalmente a uma produção coletiva e, sem dúvida, anônima (pelo menos na medida em que, ao não estar às obras armazenadas como mercadorias, tal cultura não estará dominada pela necessidade de deixar traços).
Mas antes inclusive deste corredor sem saída do capitalismo, a arte era essencialmente unilateral, sem resposta.
Uma nova força humana, que a estrutura existente não poderá dominar, cresce dia a dia com o irresistível desenvolvimento técnico e a insatisfação de seus usos possíveis em nossa vida social carente de sentido.

Internationalle Situationniste nº 4, 17 de maio de 1960
Traduzido para o português pelos editores da Biblioteca Virtual Revolucionária (www.geocities.com/autonomiabvr/).

repressão aos indivíduos.
Pela primeira vez na história da humanidade, enormes massas humanas, mais especificamente jovens, informalmente se organizaram em todo o mundo ocidental, para lutar com paz e amor. O que se contesta são tabus culturais e morais, os costumes e os padrões de nossa sociedade judaico-cristã, nossas tradições e preconceitos. Enfim, nossas instituições sociais.
Para reconhecermos o que é uma instituição social basta ir de encontro a ela.
Desde os primórdios o controle sobre o saber tem sido instrumento vital aos que sustentam o poder. Parece que não se percebe, que quando se intenta socializar a produção o que se pretende em última instância, é a socialização do consumo. Isto inclui
o saber. Ele não pode ser patrimônio de classes sociais. Nem de um modo de produção específico. Ele é da humanidade.
Penso que quando John Lennon cantou "o sonho acabou", na música God, ele não
estava desistindo de uma nova consciência social, de um modo de ser que o fez, e
a muitos, sonhar. Aqueles versos soam como um alerta contra atitudes extremas.
Contra a idolatria. Naquele momento se falava no fim da era de aquários. Momento
de reavaliação. Início de uma nova atitude. Era preciso que aqueles versos
soassem como um "se toque". "Encare a realidade de frente". "Seja mais você, com
suas opiniões". Ele convocava a todos a mudar o mundo em suas entranhas. Já havia a certeza que só se modifica a sociedade por dentro. Dela participando. Pondo em prática e defendendo as nossas idéias no dia-a-dia. Na vida cotidiana. Em casa, na rua e no trabalho. No interior da família, do casamento, no comportamento sexual e social.
Retirado do original:
A CONTRACULTURA - ONTEM E HOJE
ARMANDO Ferreira de ALMEIDA Júnior: Economista, com tese de mestrado sobre
"Relações de produção em um Perímetro Irrigado da Codevasf, em Juazeiro-BA" -
1986.
Mail: mariangela@e-net.com.br



Projeto Nacional de Desenvolvimento
Em junho de 2003, um grupo de mais de 300 economistas brasileiros divulgou um manifesto no qual advertia para o agravamento da crise social em face do aprofundamento, pelo Governo Lula, da política macroeconômica herdada do governo anterior.
É nossa convicção que, a despeito do aprofundamento da crise social, não há sinais de reversão da atual política econômica. Ao contrário, o governo tem reafirmado que não quer mudar. Portanto, é nosso dever de cidadania insistir na denúncia de que esta política econômica não atende aos interesses da maioria e que aumentará cada vez mais os problemas sociais. A suposta estabilização macroeconômica, apoiada em políticas monetária e fiscal restritivas, ocorre em detrimento da estabilidade social. As taxas de desemprego e de subemprego nas principais regiões metropolitanas se elevam a um quarto da população ativa, o que configura, de longe, a maior crise social de nossa história, levando a uma escalada da marginalização social, da criminalidade e da insegurança.
Além de travar a economia, o superávit primário -agora elevado para 4,5% do PIB - e os juros básicos de agiotagem - elevados novamente para, agora, 17,25% a.a. - são uma verdadeira máquina de transferência de renda de pobres para ricos, na medida em que implicam a tributação indireta dos pobres, e o aumento da tributação direta da classe média, para o pagamento dos juros da dívida pública aos ricos.
Do ponto de vista político, é importantíssimo que o povo brasileiro tenha assegurado os direitos garantidos pela Constituição, de decidir por plebiscito e/ou consulta popular todos os temas que afetam toda a sociedade, como os acordos internacionais da ALCA, OMC, Mercosul-UEE, transgênicos, entre outros. Por isso nos somamos à iniciativa da OAB, CNBB e MST de iniciar uma campanha pela regulamentação do direito ao exercício do plebiscito pelo povo, de onde todo poder emana.A política econômica atual é coerente com a manutenção dos privilégios da camada mais rica da população, dos setores financeiros e daqueles voltados para a exportação.
Esperamos que o povo se conscientize da necessidade de se mobilizar, mais uma vez, para lutar contra as políticas neoliberais e pela construção de uma ordem social mais justa.
22 de novembro de 2004.

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