domingo, 30 de janeiro de 2011

Onde o branco põe a mão há sofrimento

Uma velha Wintu religiosa fala com tristeza da destruição
brutal e desnecessária de sua terra pelos brancos...


 

"O homem branco jamais se preocupou com a terra, nem com o
veado, nem com o urso.
Quando nós, índios, matamos um animal, comemos ele todo.
Quando queremos arrancar uma raiz, fazemos peque­nos buracos
no chão.
Quando construímos casas, também fazemos pequenos
buracos.
Quando queimamos a erva contra os gafanhotos, não arruinamos
tudo.
Recolhemos as bolotas e as pinhas.
Não derrubamos árvores. Usamos apenas madeira morta.
Mas os brancos reviram a terra, arrancam as árvores, matam
tudo.
A árvore diz Não! Eu sou sensível. Não me
fira. Mas eles a derrubam e a cortam em pedaços.

O espírito da terra os odeia.

Eles destroem as árvores e as puxam pelas entranhas. Eles
serram as árvores. Isto as fere.
Os índios nunca ferem nada, enquanto os brancos destroem
tudo.

Explodem rochas e as espalham pelo chão. A pedra diz
Não! Você está me ferindo.
Mas o branco não pres­ta atenção.
Quando os índios usam pedras, escolhem as menores e
arredondadas que servem para a cozinha.

Como é que o espírito da terra pode gostar do homem
branco?

Onde o branco põe a mão há sofrimento."

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