Dena e Jorge participavam de um evento festivo da aldeia quando quatro policiais militares à paisana invadiram a festa atirando. Dena, que se encontrava no meio do salão foi baleado. Quando Jorge viu o pai ferido, foi tentar defendê-lo e acabou sendo morto na hora. Os indígenas que estavam no local ainda tentaram levar Dena ao hospital, “mas os policiais não deixaram e estouraram os pneus do carro que ia socorrer Dena”, relata Pretinha Truká.
Pretinha conta que após esses três anos aconteceram apenas duas audiências. A primeira com os quatro acusados e, no mês passado, foram chamadas a depor seis testemunhas do crime. Segundo ela, a comunidade não quer que o julgamento aconteça em Cabrobó, nem que seja conduzido pela justiça comum. Os indígenas estão se articulando com entidades de direitos humanos para que o processo seja encaminhado à justiça federal.
Os atos de repressão, assassinatos e criminalização de lideranças indígenas têm suas origens no processo de retomada das terras tradicionais pelos Truká. O povo expulsou de suas terras fazendeiros e plantadores de maconha, tornando-se um dos maiores produtores de arroz do Brasil.
Como acontece todos os anos, a comunidade Truká fará no dia em que marca a data do assassinato de Dena e Jorge – 30 de junho - um ato público em memória dos dois e em protesto pela impunidade dos assassinos.

Boletim "Mundo que nos Rodeia" - n.º 822 - Brasília, 26 de junho de 2008
produzido pela Assessoria de Imprensa do Cimi: imprensa@cimi.org.br
Truká
http://www.soberania.org/truka_povo_ritual_religioso
http://www.atarde.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário